Borrell diz que ataque russo a Kharkiv justifica apelo ao uso de armas ocidentais
O Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, disse no sábado que o número de mortos no bombardeamento russo a Kharkiv explica o pedido da Ucrânia para o levantamento de restrições ao uso de armas ocidentais.
"Chocante o número de mortos após as bombas russas terem atingido um edifício residencial em Kharkiv, ontem" [sexta-feira], disse Borrell na sua conta na rede social X, referindo-se ao ataque russo que matou pelo menos seis pessoas e feriu 97, incluindo 22 crianças.
Para o líder da diplomacia europeia, este tipo de "ataque contra alvos civis é a razão pela qual, durante as nossas reuniões informais de ministros da UE (esta quinta e sexta-feira em Bruxelas), a Ucrânia pediu mais uma vez o levantamento das restrições à utilização de armas ocidentais em autodefesa".
Borrell manteve a sua posição sobre a questão, uma vez que os Estados Unidos e outros aliados continuam a recusar-se a permitir ataques de longo alcance a aeródromos russos, considerados necessários para proteger as cidades ucranianas das centenas de bombas aéreas guiadas lançadas pela Rússia.
Cerca de uma centena de edifícios em cinco locais da cidade de um milhão de habitantes foram atingidos por bombas de aviões russos, informaram hoje as autoridades locais.
Alguns países europeus, incluindo a Dinamarca e os Países Baixos, autorizaram a Ucrânia a utilizar as suas armas contra o território russo, desde que o faça em conformidade com o direito internacional.
Os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, os aliados que fornecem esses mísseis à Ucrânia, negam até agora autorização para os atacar, temendo uma reação russa e uma "escalada".
Entretanto, acrescentou Borrell na sua mensagem de hoje no X, os jornalistas russos que publicam notícias sobre a guerra são condenados à prisão, como é o caso de Sergei Mikhailov.
"A UE condena a utilização de leis de censura para criminalizar e prender aqueles que se pronunciam contra a guerra e expõem as atrocidades russas", concluiu o político espanhol.