PCP apela ao Governo para não reconhecer um autoproclamado Presidente da Venezuela
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, apelou hoje "à responsabilidade do Governo português" para não reconhecer "um autoproclamado Presidente venezuelano".
"Tendo em conta a dimensão e a importância da comunidade portuguesa na Venezuela, apelamos a que o Governo português não embarque, como governos anteriores, a reconhecer um autoproclamado Presidente venezuelano".
O líder dos comunistas portugueses falava no encerramento de um jantar-comício na Comissão de Reformados, Pensionistas e Idosos da Póvoa de Santo Adrião, no concelho de Odivelas.
Para Paulo Raimundo, o candidato da oposição venezuelana Edmundo González Urrutia "nunca chegou a ser mais que isso -- [um Presidente] autoproclamado, com os riscos que se impõe na comunidade portuguesa que vive na Venezuela".
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, vive uma crise eleitoral após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter atribuído a vitória a Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.
Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.