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Madeira

"Se vens para ser malandro e não queres trabalhar, é normal que o madeirense não goste"

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Foto Miguel Espada/ASPRESS

Na conferência 'O Investimento da Venezuela na Madeira', integrada na Festa Luso-Venezuela, que se realiza na Ribeira Brava, esteve em destaque a integração desta comunidade na Madeira.

O vice-presidente da Câmara Municipal da Ribeira Brava, Jorge Santos, afirmou que esta é "sem dúvida, a comunidade estrangeira que mais se consegue integrar" na sociedade madeirense. No entanto, ressalvou para a importância de se acolher bem os imigrantes, num momento em que a Madeira enfrenta uma escassez de mão-de-obra. "Nós estamos necessitados e, por isso, precisamos de saber receber", referiu.

Nesse sentido, o autarca fez questão de desmitificar algumas percepções negativas sobre a questão dos apoios sociais. "Podem existir algumas pessoas que se aproveitam, como também há madeirenses a viver dos apoios, mas a grande maioria desta comunidade vem é para trabalhar", sublinhou.

Por sua vez, Jesus Herrera, um dos convidados, destacou a profunda conexão entre as duas regiões, afirmando que “quem chega sente que a Madeira e a Venezuela são apenas uma só terra”. Não obstante, realçou a hospitalidade do povo madeirense. "Sentimos que somos muito bem atendidos. Os madeirenses um povo muito nobre", acrescentou.

Enrique Vieira trouxe uma perspectiva diferente, abordando que ainda existem algum desafios que persistem para os imigrantes. "Acredito que não é propriamente um preconceito que existe, é um mito urbano. Mas existe uma forma de bloqueio social, mas isso é algo que acontece em todos os países, não apenas aqui", afirmou, acrescentando que um dia, se estes imigrantes regressarem aos seus países de origem, vão levar consigo experiências e conhecimentos adquiridos aqui na Região.

Por sua vez, Ronald Fernandes, que também deixou elogios à hospitalidade dos madeirenses, chamou a atenção para a responsabilidade individual de cada um dos membros da comunidade luso-venezuelana na sua integração. "Não tenho nada a dizer mal da Madeira, sempre fui bem acolhido. Mas penso que também tem a ver com a pessoa. Ou seja, se vens para ser malandro e não queres trabalhar, é normal que o madeirense não goste. O respeito e o bom comportamento são fundamentais. Se te portas bem, és bem recebido. Se te portares mal, é normal que te fechem as portas", finalizou.