FC Porto submete participação interna sobre sócios acusados
O FC Porto participará formalmente junto do Conselho Fiscal e Disciplinar dos seus sócios acusados na Operação Pretoriano, revelou hoje a direção do clube da I Liga de futebol, atendendo ao despacho proferido pelo Ministério Público (MP).
"Vem a direção informar que procederá à participação formal junto do Conselho Fiscal e Disciplinar em relação a todos os seus sócios acusados ao abrigo do processo, com vista à instauração, instrução e decisão de competentes processos disciplinares", indicaram os corpos sociais comandados por André Villas-Boas, em comunicado publicado pelo clube.
Na terça-feira, de acordo com o despacho a que a Lusa teve acesso, o MP acusou Fernando Madureira, ex-líder da claque Super Dragões, Sandra Madureira, sua esposa e antiga vice-presidente daquele grupo organizado de adeptos afeto ao FC Porto, Vítor Catão e os restantes nove arguidos da Operação Pretoriano de dezenas de crimes.
Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos e produtos líquidos ou três de atentado à liberdade de informação.
O arguido Hugo Loureiro, mais conhecido como 'Polaco' e igualmente com ligações aos Super Dragões, é ainda acusado de detenção de arma proibida, sendo que o MP requer penas acessórias de interdição de acesso a recintos desportivos entre um e cinco anos.
"Pretende a direção do FC Porto que sejam apuradas as devidas responsabilidades dos associados em questão e aplicadas as sanções disciplinares previstas nos estatutos do clube que se vierem a revelar apropriadas, tendo em conta a gravidade dos incidentes e comportamentos em causa", agregou, apelando à ação do Conselho Fiscal e Disciplinar, que é presidido por Angelino Ferreira, antigo administrador financeiro da FC Porto SAD.
O clube e a sociedade gestora do futebol profissional portista constituíram-se assistentes da Operação Pretoriano, que foi desencadeada em 31 de janeiro, face à tentativa de os Super Dragões "criarem um clima de intimidação e medo" numa Assembleia Geral do FC Porto, em novembro de 2023, na qual houve incidentes, para que fosse aprovada uma revisão estatutária "do interesse da direção" em vigor, então chefiada por Pinto da Costa.
Nesse dia, a Polícia de Segurança Pública (PSP) deteve 12 pessoas, entre os quais dois funcionários dos 'dragões' e Fernando Madureira, que continua em prisão preventiva, no âmbito da investigação aos desacatos verificados naquela sessão magna extraordinária.