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Madeira

Lançada petição pública contra construção de estacionamento na Praça do Município do Funchal

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Foto ASPRESS

Foi lançada, esta terça-feira, na Internet, uma petição pública contra a construção de um parque de estacionamento subterrâneo na Praça do Município, no Funchal. 

Conforme notícia publicada na edição do DIÁRIO de hoje, a Câmara Municipal do Funchal volta a insistir na criação dessa infra-estrutura com capacidade para 500 automóveis, dando conta de que vai avançar com um pedido de parecer à Direcção Regional de Cultura. O projecto, que não é novo, mas que foi agora 'reavivado', avançará “desde que fique salvaguardado o património arquitectónico e cultural ali existente”, aponta a autarquia.

Foram várias as vozes que já se insurgiram contra essa ideia, como Raimundo Quintal. A petição conta, às 22h45, com cerca de 750 assinaturas.

No texto que acompanha este ‘abaixo-assinado’ podemos ler que “qualquer cidade europeia desenvolvida e civilizada desenvolve políticas de mobilidade que retiram os automóveis dos centros históricos das cidades, devolvendo as ruas aos peões em segurança, para estes usufruírem de esplanadas, sem poluição, do comércio e contemplarem a arquitectura urbana”.

Apontam, por isso, que a política de mobilidade seguida pelo actual executivo municipal é “exactamente contrária à sustentabilidade ambiental, urbanística e turística”, pois injecta, conforme referem, mais automóveis “no centro congestionado do Funchal”, com a agravante de situar o novo parque de estacionamento “numa zona delicada de edifícios históricos classificados”.

O abrir de um buraco numa das praças mais bonitas do Funchal, a Praça do Município, executada nos inícios dos anos 40 do séc. XX, por dois dos mais conceituados arquitetos portugueses, Francisco Caldeira Cabral e Raul Lino, vai desfigurar a mesma, mesmo que depois reposta na sua linguagem inicial. Além disso, em boa verdade e em consciência ninguém poderá garantir que as obras de construção, com a inevitável trepidação, não irão causar danos nos edifícios históricos classificados da Igreja e Colégio dos Jesuítas, no antigo Paço Episcopal, hoje Museu de Arte Sacra do Funchal, e mesmo no próprio palacete da Câmara Municipal. Texto que acompanha a petição 'Contra a construção do estacionamento sob a Praça do Município do Funchal'

Referem ser “demasiado arriscado, ao nível de engenharia e de preservação do nosso valioso Património Construído” executar tal projecto, notando, igualmente, o transtorno que tal irá causar na fase de construção.

Mesmo sendo contra a construção de mais estacionamentos no centro histórico da cidade, os promotores até apontam uma alternativa: “Somos contra a construção de mais parques de estacionamento no delicado centro histórico da cidade, mas a edificar, poderia ser construído na zona do actual parque a descoberto da Reitoria da Universidade da Madeira, uma vez que o espaço é propriedade do Governo Regional, que está cedido por trinta anos à Universidade, estando por isso assegurada a conjugação de esforços entre o município e o Governo Regional, para naquele lugar construir”.

Entendem que nesse local, “nas traseiras do Colégio dos Jesuítas”, uma construção do género “não colocaria em risco tantos edifícios históricos classificados, não se destruía o largo, não causaria tanto transtorno na cidade durante a sua construção, quer a nível de ruído e mobilidade, quer a nível de impacto visual. E o novo parque ficaria a dois passos da Praça do Município”.