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Brasil e Espanha reforçam necessidade de divulgação das actas eleitorais

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Os governos do Brasil e Espanha reforçaram hoje a necessidade da apresentação das atas eleitorais após as polémicas eleições presidenciais na Venezuela nas quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Nicolás Maduro.

De acordo com uma nota da diplomacia brasileira, o ministro das Relações Exteriores do Basil, Mauro Vieira, recebeu hoje um telefonema do homólogo espanhol, José Manuel Albares.

"Trataram da situação na Venezuela e concordaram quanto à necessidade de apresentação dos dados desagregados da votação por mesa pelo Conselho Nacional Eleitoral venezuelano", indicou a diplomacia brasileira.

No dia anterior, o chefe de Estado brasileiro, Lula da Silva, apelou ao diálogo e "entendimento entre Governo e oposição" e ao "respeito pela soberania popular" venezuelana.

"O respeito pela tolerância, o respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados", disse, ao lado do homólogo chileno, Gabriel Boric, no palácio La Moneda, sede do Governo do Chile.

"O compromisso com a paz é que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre Governo e oposição", acrescentou o chefe de Estado brasileiro.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais em 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.

O CNE ainda não publicou - como exigido por lei - as atas que certificam a vitória de Maduro, alegando que o seu sistema informático sofreu um ciberataque.

A oposição acredita que se trata de uma manobra para não revelar os verdadeiros resultados e publicou as atas de cada posto de votação.

Segundo estes documentos - cuja validade é rejeitada por Maduro -, Gonzalez Urrutia venceu a votação com 67% dos votos.