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Madeira

2,5 milhões de euros para primeira missão na Madeira do navio de investigação Mário Ruivo

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O Navio de Investigação Mário Ruivo, pertencente ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), realiza a sua primeira missão oceanográfica focada nas Áreas Marinhas Protegidas Oceânicas, com foco na região da Madeira.

Esta campanha, que é financiada em aproximadamente 2,5 milhões de euros pelo Fundo Azul, está centrada na sub-região marinha da Madeira, especificamente no Complexo Geológico Madeira-Tore (CMT), e tem como objectivo apoiar a criação da Rede Nacional de Áreas Marinhas Protegidas. 

O instituto informa que esta investigação multidisciplinar é crucial para colectar informações sobre a biodiversidade e os habitats dos montes submarinos no Complexo Geológico Madeira-Tore (CMT) e em áreas adjacentes, como os montes submarinos Ampère, Coral Patch e Gorringe.

O objectivo é "identificar ainda novas áreas de elevado interesse para a conservação da biodiversidade na região e constituir a base científica de suporte ao planeamento e à gestão das atuais e futuras áreas classificadas". 

Em consonância com o compromisso internacional de Portugal de estabelecer, até 2030, uma Rede Nacional de Áreas Marinhas Protegidas cobrindo 30% do espaço marítimo nacional, a campanha 'AMP’s Oceânicas' é, por isso, um passo significativo para reforçar o compromisso do país.

De acordo com o IPMA, a missão é dividida em duas fases. A primeira fase termina em Lisboa no dia 11 de Agosto, após uma escala no Funchal no dia 6. A segunda fase está prevista para o primeiro semestre de 2025, dependendo das condições meteorológicas e oceanográficas.

É de salientar ainda que, pela primeira vez, a missão conta com a colaboração de investigadores de todos os Laboratórios Associados da Área do Mar, incluindo o Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental da Universidade do Porto (CIIMAR), o Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da Universidade de Aveiro (CESAM), o Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve (CCMAR) e o Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE), que possui polos em Coimbra, Leiria, Lisboa, Évora e Madeira. Também colaboram a Direção Regional da Política do Mar da Madeira e a ARDITI - Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação da Madeira.

Mais sobre o navio Mário Rui:

Inicialmente construído como navio de defesa e salvamento submarino foi convertido em 2013, pela Hays Ships, como navio de investigação e “survey” para águas profundas seguindo os padrões mais exigentes da indústria, apresentando um certificado de classe emitido pela Loyds.

O Navio tem 75 metros de comprimento por 15 metros de largura, apresentando um calado de 4.5 metros. Tem lugar para 30 investigadores e equipas técnicas e 16 tripulantes e tem uma autonomia de 40 dias.

Na configuração actual está capacitado para a realização de operações geotecnia marinha, oceanografia, operação com ROV’s (veículos operados por controlo remoto) e levantamentos geofísicos. Também irá permitir operações de pesca de arrasto, construção de um laboratório seco e um túnel de congelação.