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Iniciativa Liberal quer que Portugal reconheça González como vencedor das eleições na Venezuela

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A Iniciativa Liberal (IL) quer que Portugal reconheça Edmundo González como vencedor das eleições presidenciais venezuelanas e empregue esforços para um reconhecimento alargado, lê-se no projeto de resolução que o partido entrega hoje na Assembleia da República (AR).

"Portugal deve seguir os passos de vários países e reconhecer a evidente vitória de Edmundo González. Respeitar a vontade do povo venezuelano continua a ser a única forma de a Venezuela restaurar a democracia e resolver a atual crise política, humanitária e socioeconómica", referem os deputados da IL encabeçados por Rui Rocha.

No texto que os liberais entregam hoje na AR, estes defendem que Portugal deve empregar esforços junto das organizações internacionais que integra, nomeadamente a União Europeia, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e Organização de Estados Ibero-americanos para um "reconhecimento o mais alargado possível".

Num projeto de resolução com o título "Pelo reconhecimento internacional de Edmundo González Urrutia como vencedor das eleições presidenciais venezuelanas de dia 28 de julho de 2024", a IL recorda todo o processo eleitoral na Venezuela desde o afastamento da ex-candidata e líder da oposição, María Corina Machado, às "ameaças" de Nicolás Maduro, bem como a forma como os resultados foram conhecidos.

"Ao fim da tarde do dia das eleições a oposição afirmou ter sondagens e atas suficientes que comprovam que Edmundo González estaria claramente destacado na liderança, pelo que quando a Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Venezuela divulgou, ao fim da noite, resultados que dariam a Nicolás Maduro 51,95% dos votos e apenas 43,18% dos votos a Edmundo González, tanto a população venezuelana como vários órgãos internacionais declararam que havia fortes indícios de fraude eleitoral", recorda a IL.

Num texto que continua com o relato dos dias seguintes às eleições, desde os protestos ao posicionamento de vários países a favor ou contra Maduro, a IL alerta que o "banho de sangue prometido por Nicolás Maduro, poderá ser uma realidade".

"Existem relatos de militares cubanos, bolivianos e mercenários do Grupo Wagner na Venezuela (...). Além de Cuba e Bolívia, os restantes aliados do regime, que se apressaram a reconhecer os resultados apresentados pela CNE, são também eles países pouco recomendáveis no que toca a valores democráticos, tais como Nicarágua, Rússia, Irão, Síria, Bielorrússia, China e Coreia do Norte", lê-se.

Em contraste, a União Europeia, a Organização dos Estados Americanos, e países como o Japão, Austrália, Noruega e Nova Zelândia exigiram que sejam divulgadas as atas para se comprovarem os verdadeiros resultados.

Já o Peru, a Argentina, os EUA, a Costa Rica, o Equador e o Uruguai, todos países pertencentes à Organização dos Estados Americanos (OEA), reconheceram Edmundo González como o vencedor das eleições de dia 28.

No sábado, Portugal, Alemanha, Espanha, França, Itália, Países Baixos e Polónia apelaram às autoridades venezuelanas para que divulguem rapidamente todas as atas eleitorais, de forma a garantir a total transparência e a integridade do processo eleitoral, atribuindo credibilidade às atas publicadas pela oposição.

No domingo, a União Europeia emitiu um comunicado, referindo que os resultados da CNE não podem ser reconhecidos visto nenhuma ata ter sido divulgada pela própria CNE.