Torneio da azia

Seis notas sobre o que vi na final do ‘Torneio Autonomia’.

1. Tecnicamente era um Nacional-Marítimo e não ao contrário, como estampado nos ecrãs dos Barreiros. Como quem jogava na condição de visitado era o Nacional tinha direito ao banco caseiro, o que viria a acontecer, mas presume-se que também a toda a central onde deveriam ficar os seus sócios e simpatizantes, que foram remetidos para uma das cabeceiras.

2. Assistiu-se a uma inexplicável ingratidão dos adeptos das duas equipas em relação a antigos jogadores das suas cores. Os nacionalistas apuparam Carlos Daniel. Os maritimistas quiseram agredir Rúben Macedo. Esta gente da bola ou é ingrata ou tem fraca memória. Faz-me confusão que ainda haja quem bata palmas a posturas insultuosas.

3. Um árbitro que não é capaz de segurar o jogo sem recorrer a cartões por tudo e por nada não contribui para um bom espectáculo. Um dérbi não se gere com amadorismos e uma equipa de I Liga não pode participar em torneios que não atendam à sua dimensão e estatuto, por muito que isso dê jeito a quem gosta de montar armadilhas e ajustar contas.

4. No que ao futebol jogado diz respeito, Nacional e Marítimo apresentaram-se bem mais fracos do que na época anterior. Assim sendo, quer a manutenção de uns na I Liga, quer o desejo de outros em lá voltar não passa, para já, de boas, mas infundadas intenções.

5. Miguel Albuquerque voltou a ser apupado nos Barreiros quando foi chamado ao relvado para ouvir o hino da Região e cumprimentar as equipas. Autonomia é liberdade, mas o speaker de serviço solicitou silêncio. Iria alguém cantar o fado?

6. Vi ‘in loco’ a final porque segundo me foi garantido o serviço público de televisão não mexeu uma palha para transmitir o jogo que acabou por motivar azia. Bastou ver o ar de frete de quem foi obrigado a ficar no relvado para ver o Nacional levantar a taça.

José Freitas