Carta aberta

Creio que muito poucos se aperceberam que tudo isto tem uma programação e está orquestrado. Tudo isto o quê? – 0 que está atravessado na garganta Pescas e Selvagens!

Primeiro a triste entrevista do senhor presidente da Coopesca Madeira. Depois uma ONG a fazer ponte e defesa das Selvagens. Esta última semana um membro do Conselho Diretivo do Instituto de Florestas e Conservação da Natureza.

Quem será o próximo interveniente? Um biólogo marinho? Um docente da UMa? um cientista da Nova Zelândia?

A Deserta Grande segue o mesmo caminho das Selvagens!

A conversa do nosso biólogo para com quem tenho alguma consideração, veio veladamente dizer que a exterminação das cabras da Deserta Grande é assunto assente. A vegetação indígena lá existente, os caracóis e as caracoletas têm de ser preservados. O problema não é a colónia do lobo marinho. A Deserta Grande, tal como as Selvagens tem de ser uma “reserva natural”.

Desta forma o GR, a cujos quadros pertence o nosso entrevistado vai buscar uns milhões a Bruxelas para empregar não se sabe onde nem para beneficiar não se sabe a quem.

Esquece-se porém de mencionar na entrevista, dada a defesa intransigente das Selvagens, porque está na ordem do dia, como abateram o cabrito das Selvagens, que tipo de veneno usaram para extermina o coelho, quantas pessoas foram atendidas nos Centros de Saúde e no Hospital Nélio Mendonça devido a intoxicação do peixe capturado ali. Refira-se a célebre proibição de captura e consumo do “charuteiro” das Selvagens, como se fosse o único culpado.

Sejamos honestos! Falemos a verdade! Deixem alguns vigilantes da natureza falar!

Confirme-se da possibilidade e da capacidade de meios que têm os vigilantes nas Selvagens de “afugentar” as traineiras espanholas e os arrastões de terceiros que sugam o nosso peixe.

Onde estavam, há meia dúzia de anos atrás, os ambientalistas, as ONG,s, os demais biólogos, os defensores da natureza para se manifestarem contra o que se estava a fazer?

Deixemos a patrenha dos peritos estrangeiros convidados. Chegaram mudos, saíram mudos e cegos, mas com os bolsos cheios. No seu país se algo semelhante aconselhassem ou fizessem seriam presos sem qualquer tipo de recurso.

Temos em Portugal excelentes e reconhecidos ambientalistas, biólogos e naturalistas, porque não lhes foram dirigido convite?

Digamos à população o que às escondidas andamos a fazer. Não sejamos lobos com pele de cordeiro. Só os incautos e ignorantes comem cavaco por lagosta.

Se o nosso entrevistado quer defender o seu posto de trabalho, tem todo o direito. Se quer tapar a cara de alguém pondo em jogo o seu saber e a sua idoneidade está muito mal.

A monotorização que se diz estar a fazer-se ao gaiado é deitar poeira para os olhos. O gaiado não tem o problema que se quer fazer crer nem tem quota de captura atribuída.

Se perguntar qual a profundidade marinha a 4, a 6 e a 12 milhas da costa das Selvagens, quase apostaria não saberem dizer. Se perguntar a que profundidade se deslocam o atum e o gaiado também haverá hesitação.

Preocupamo-nos com o equilíbrio dos ecossistemas marinhos criando zonas de reserva porque dão dinheiro, mas não conservamos, antes destruímos o que está dentro de casa:- Ginjas, Rabaçal, Arieiro, Paúl da Serra, etc, etc.

Deixem-me, deixar uma nota no que respeita à reservas do Garajau e das Desertas. Duas pessoas que certamente o caro entrevistado não conheceu, mas que tive o privilégio de com elas privar: - Engº Jorge de Castro e Dr Américo Durão. Direi somente isto :- se fosse possível aos mortos dar pontapés, certamente muito boa gente hoje estaria de pernas partidas.

Sejamos sérios!

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