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Medo de recessão nos EUA afunda bolsas e Nikkei tem maior queda da sua história

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As bolsas internacionais estão em forte recuo, a ceder ao pânico causado pela evolução da economia dos EUA, com os investidores a manifestarem-se muito receosos em pleno verão, período tradicionalmente dominado pela prudência.

Os mercados bolsistas ficaram a conhecer "toda uma bateria de indicadores extremamente maus e que surpreenderam" negativamente nos EUA, comentou Aurélien Buffault, gestor de investimentos na Delubac AM, mencionando os dados sobre o mercado de trabalho em julho.

No mês passado, a taxa de desemprego nos EUA subiu para 4,3%.

Estes números, piores do que esperado, causaram "uma mudança no estado de espírito um pouco brutal" nos investidores, apontou Buffault, os quais passaram a recear que a principal economia mundial entre em recessão.

Na Europa, a tónica nos mercados bolsistas foi de fechar em baixa, casos de Paris (-1,42%), Londres (-2,04%), Frankfurt (-1,82%) e Milão (-2,27%). O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 2,17%.

Os principais índices de Wall Street, às 17:10 de Lisboa, evoluíam em baixa: o Nasdaq a perder 2,57%, o S&P500 a cair 2,14% e o Dow Jones a recuar 1,94%.

Antes, na Ásia, o índice Nikkei, da bolsa de Tóquio, desvalorizou 12,4%, na que já é a maior queda da sua história.

O endurecimento da política monetária do Banco do Japão e a valorização do iene somaram-se ao receio de recessão nos EUA e provocaram a acentuada baixa da bolsa nipónica.

Em todo o caso, Aurélien Buffault relativiza esta forte e generalizada desvalorização de ações, ao argumentar que é "amplificada pela sazonalidade", uma vez que o mês de agosto é tradicionalmente negativo para as praças financeiras, uma vez que os investidores recusam assumir riscos.

Com o mesmo sentido relativizador, o presidente do banco da Reserva Federal em Chicago, Austan Goolsbee, disse ontem à estação televisiva CNBC que a informação sobre o emprego "foi mais fraca do que esperado, mas que não se assemelha a uma recessão". E a atividade dos serviços nos EUA voltou a crescer em julho, segundo um indicador divulgado ontem.