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Trinta ex-Presidentes pedem que Lula se comprometa com a democracia na Venezuela

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Trinta ex-presidentes de países da América Latina e da Espanha divulgaram hoje uma carta aberta ao Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pedindo-lhe que mantenha o compromisso com a democracia e a liberdade na Venezuela.

"Os ex-chefes de Estado e de Governo subscritores deste documento, membros da Iniciativa Democrática de Espanha e das Américas (IDEA), exortam Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República Federativa do Brasil, a reafirmar o seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que goza o seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela", lê-se no documento publicado pelo grupo Idea, fórum composto por ex-líderes latino-americanos e da Espanha.

O documento, assinado pelos ex-Presidentes espanhóis José María Aznar e Mariano Rajoy, e antigos chefes de Estado como o argentino Maurício Macri, os colombianos Álvaro Uribe e Iván Duque, Felipe Calderón e Vicente Fox, do México, Guillermo Lasso, do Equador, Carlos Mesa, da Bolívia, entre outros, afirma que o Presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, sequestrou a soberania popular ao violar a verdade eleitoral para se perpetuar no poder, usando as instituições locais que o proclamaram reeleito sem apresentar documentos que comprovem o resultado da votação realizada no passado dia 28 de julho.

Para os ex-Presidentes, a alegada reeleição de Maduro "é um escândalo que ocorre. Todos os Governos americanos e europeus sabem disso".

Os signatários da carta também exigiram que Lula da Silva e o Brasil, que mediou o chamado Acordo de Barbados e conseguiu eliminar algumas sanções norte-americanas contra a Venezuela em troca de eleições livres naquele país, pressione Maduro a aceitar a sua derrota.

"Não exigimos outra coisa senão o que o mesmo Presidente Lula da Silva preserva na sua pátria", afirmam, declarando a sua solidariedade para com os venezuelanos que hoje "sofrem detenções, tortura, desaparecimentos e que até perdem a vida".

"[Estes venezuelanos] protestam em defesa do seu voto, resistem pacificamente liderados por María Corina Machado e por quem, como demonstram as atas eleitorais conhecidas publicamente e reconhecidas pelos observadores nas mesas [de voto], resultou eleito como Presidente, Edmundo González Urrutia", concluem.

O Brasil tem tentado manter o diálogo com o Governo de Maduro, um antigo aliado regional da esquerda brasileira liderada por Lula da Silva, após as eleições presidenciais, e ainda não reconheceu oficialmente o resultado da eleição na Venezuela.

A diplomacia do Brasil afirmou, em nota oficial, que espera a divulgação das atas das mesas de votação para se pronunciar sobre o resultado das eleições presidenciais na Venezuela.

Por outro lado, o país procura manter relações com o regime de Maduro, e atua para mediar conflitos diplomáticos na região.

Na sequência da expulsão dos diplomatas da Argentina e do Perú, a diplomacia do Brasil passou a representar os cidadãos desses países que estão na Venezuela.

O Brasil também se tornou responsável pela custódia das embaixadas da Argentina e do Perú em Caracas, bem como dos seus bens e arquivos.