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Mais de 370 detidos nos protestos violentos no Reino Unido

FOTO DR
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Os protestos violentos da extrema-direita que abalaram o Reino Unido na última semana resultaram em 378 detenções, número que deverá aumentar à medida que avançam as investigações, estimaram hoje os chefes da polícia britânica.

"Até ao momento, foram efetuadas 378 detenções e esperamos que este total aumente diariamente à medida que as forças continuam a identificar os envolvidos e a deter os responsáveis", segundo um comunicado do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia num comunicado.

A mesma fonte garantiu que o "trabalho está a ser realizado 24 horas por dia" e os "envolvidos serão levados à justiça".

Após uma reunião de crise em Downing Street, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, prometeu hoje uma resposta firme para pôr termo aos piores tumultos dos últimos 13 anos.

Em declarações à televisão britânica, o chefe do governo trabalhista sublinhou que a sua prioridade "absoluta" é pôr fim à desordem e que "as sanções penais devem ser rápidas".

Starmer, que falava no final de uma reunião do comité de emergência Cobra, em que participaram ministros, chefes de polícia e serviços de segurança, para analisar os tumultos e tomar medidas se estes continuarem nos próximos dias, insistiu que todo o "peso da lei" será aplicado aos responsáveis pela violência do fim de semana.

"Não se tratou de um protesto, tratou-se de violência", declarou o líder trabalhista, que considerou "intolerável" o facto de as mesquitas terem sido alvo de ataques. 

Starmer reafirmou que haverá espaço suficiente nas prisões para prender os responsáveis pelo arremesso de todo o tipo de objetos, como pedras e garrafas, contra os agentes da autoridade e pelo ataque a mesquitas e a um hotel que acolhe requerentes de asilo.

As tensões aumentaram na sequência do ataque à facada de 29 de julho num centro recreativo em Southport, no noroeste de Inglaterra, em que três raparigas foram mortas e oito crianças e dois adultos ficaram feridos.

O autor do ataque, Axel Rudakubana, de 17 anos, nascido no País de Gales e filho de pais ruandeses, foi acusado do assassínio das raparigas e da tentativa de assassínio de outras dez pessoas, mas a ira entre os grupos de extrema-direita cresceu quando se espalhou nas redes sociais a informação incorreta de que o atacante era um requerente de asilo que tinha atravessado o Canal da Mancha de barco.