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MNE do Egipto pede "autocontrolo" ao seu homólogo iraniano

Foto Alexandros Michailidis / Shutterstock.com
Foto Alexandros Michailidis / Shutterstock.com

O chefe da diplomacia egípcia, Badr Abdelatty, apelou ontem à "autocontenção" num telefonema com o homólogo iraniano, Ali Bagheri Kani, face às crescentes tensões no Médio Oriente.

A tensão na região está a ser alimentada com as ameaças do Irão e seus aliados de retaliação pelo assassínio em Teerão do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh.

De acordo com um comunicado do seu ministério, Abdelatty exigiu que "todas as partes devem manter a calma e exercer autocontrolo para evitar que a situação fique fora de controlo", no meio de uma escalada de tensão "sem precedentes e extremamente perigosa" que, segundo o ministro, "ameaça alargar o âmbito do conflito".

O apelo foi feito dias depois do assassínio de Haniyeh, atribuído a Israel, e do comandante máximo xiita do Hezbollah, Fuad Shukr, cujas mortes levaram o Irão e a formação armada libanesa, bem como os rebeldes Huthi do Iémen, a jurarem vingança e a ameaçarem atacar o Estado judaico.

Perante a escalada das tensões, Abdelatty recordou que a guerra em Gaza é "a principal razão" para se ter chegado a este ponto, reiterando a sua rejeição da "escalada israelita, da política de assassínios e da violação da soberania dos Estados", uma vez que Shukr foi assassinado em Beirute e Haniyeh em Teerão, embora Israel não tenha reivindicado a autoria do atentado que vitimou o líder do Hamas.

"Estas políticas [israelitas] não beneficiarão nenhuma das partes e apenas exacerbarão o conflito de uma forma que tornará difícil conter a crise", advertiu o chefe da diplomacia egípcia, que nos últimos dias intensificou os contactos com vários países do Médio Oriente para tentar acalmar as tensões.

O líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, ameaçou Israel de vingança pelo assassínio de Haniyeh, enquanto o chefe do Hezbollah, Hassan Nasralah, anunciou que a sua organização responderia com força ao atentado que matou Shukr na capital libanesa.

Além disso, o assassínio de Haniyeh, que era o principal negociador do Hamas, pôs em cheque as conversações sobre a trégua em Gaza, uma vez que os islamitas palestinianos manifestaram a sua recusa em retomar o diálogo e os mediadores - Egito e Qatar - denunciaram que tais ações impossibilitavam a criação de confiança entre as partes.