Governo da Venezuela fala de "sabotagem eléctrica" em apagão nacional
A Venezuela está a sofrer um apagão quase total desde as 04:50 locais (09:50 em Lisboa), anunciou o Governo, atribuindo-o a uma "sabotagem elétrica", adiantando que funcionários estavam a trabalhar "para o pleno restabelecimento do serviço".
"Urgente, às 4:50 da manhã de hoje, sexta-feira, 30 de agosto, houve uma sabotagem elétrica na Venezuela, uma sabotagem contra o sistema elétrico nacional que afetou quase todo o território nacional, todos os 24 estados estão a reportar uma perda total ou parcial do fornecimento de eletricidade", afirmou o ministro das Comunicações, Freddy Ñáñez, através da rede de mensagens Telegram.
A quebra de eletricidade está a afetar também a Grande Caracas, zona da capital venezuelana.
"Neste momento, a equipa do gabinete de eletricidade está a trabalhar no restabelecimento total do serviço", adiantou o governante, que não especificou que tipo de "sabotagem" foi perpetrada nem quem é o responsável.
Ñáñez explicou que uma "operação especial para o transporte de superfície" foi ativada na capital, embora o número de estações ou setores que estão em operação não seja conhecido até ao momento.
Apesar do apagão e das suas consequências, Ñáñez garantiu que ninguém "vai tirar a paz e a tranquilidade dos venezuelanos".
Vários estados do país sofrem apagões frequentes, em alguns casos com duração de até uma semana, de acordo com relatos regulares de utilizadores de diferentes regiões.
O último grande apagão nacional ocorreu em março de 2019, quando uma grande parte do país ficou sem energia durante quatro dias.
Nessa altura, o Governo também atribuiu o apagão à sabotagem, pelo que culpou a oposição e os governos dos Estados Unidos e da Colômbia, liderados na altura por Donald Trump e Ivan Duque, respetivamente.
O país está a atravessar um novo momento de agitação política e social, depois das eleições presidenciais de 28 de julho, em que o Presidente, Nicolás Maduro, foi reeleito para um terceiro mandato, segundo as autoridades oficiais, enquanto a oposição rejeita este resultado, que tem sido contestado nas ruas com manifestações, algumas reprimidas com violência.