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Harris garante que as suas posições sobre clima e imigração não mudaram

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A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, garantiu hoje, em entrevista, que "os seus valores não mudaram" em temas como alterações climáticas ou imigração, depois do republicano Donald Trump ter acusado a candidata democrata de ser 'vira-casacas'.

"O aspeto mais importante e significativo dos meus planos e das minhas decisões políticas é que os meus valores não mudaram", destacou a democrata, numa entrevista à CNN que decorreu em Savannah, Geórgia, onde está em campanha.

"Sempre pensei (...) que as alterações climáticas eram uma realidade, que são uma questão urgente" e que os Estados Unidos devem cumprir objetivos em termos de emissões de gases com efeito de estufa, indicou Kamala Harris, de 59 anos, de acordo com um trecho da entrevista divulgado pela estação.

"A minha convicção relativamente às nossas necessidades de proteger a fronteira [com o México] não mudou", acrescentou a candidata à Casa Branca que substituiu o atual chefe de Estado Joe Biden na corrida contra o republicano Donald Trump.

A vice-presidente sublinhou ainda, desta vez segundo uma citação partilhada por escrito no 'site' da CNN, que "seria bom para os americanos se houvesse um ministro republicano no [seu] governo", em caso de vitória democrata nas presidenciais de novembro.

Os republicanos acusam a vice-presidente de ser incoerente nas suas ideias e de tentar enterrar posições progressistas tomadas no passado.

"É a pior vira-casacas. É incompetente, não sabe dar entrevistas", acusou hoje Donald Trump, em campanha no Michigan.

A candidata democrata tem tido algumas conversas com os jornalistas desde que assumiu a corrida, mas estava sob pressão para ceder uma entrevista mais aprofundada e formal. A entrevista deverá ser transmitida na íntegra às 21:00 (02:00 em Lisboa).

A democrata, de 59 anos, estava acompanhada na entrevista pelo seu companheiro de candidatura, o governador do Minnesota, Tim Walz, situação que Donald Trump utilizou para atacar a rival.

"[Tim Walz] Não deveria estar presente durante a entrevista para ajudar nos inevitáveis erros de Kamala", escreveu o magnata republicano na sua rede social, a Truth Social.

"Fazer uma entrevista com a dupla de candidatos no verão é uma tradição nas campanhas eleitorais há vinte anos", destacou, por sua vez, um dos porta-vozes da candidata democrata, Ian Sams, no X.

Donald Trump tem tido inúmeras oportunidades para responder a perguntas, feitas por jornalistas ou outros interlocutores.

No final de julho, teve diálogos acesos com uma associação de jornalistas afro-americanos e, em 13 de agosto, conversou longamente com o seu apoiante Elon Musk, numa atmosfera muito mais confortável e até amigável na rede social X, do magnata dono também da Tesla ou SpaceX.

O ex-presidente e a atual vice-presidente têm investido em comícios e ações de campanha nos 'estados indecisos', que prometem ser particularmente disputados em novembro.

De acordo com as sondagens, o duelo Harris-Trump continua em aberto, sobretudo em alguns estados considerados decisivos, mesmo que a candidata democrata esteja numa posição melhor do que Joe Biden.

Depois desta entrevista, o próximo destaque da campanha eleitoral será o debate entre Kamala Harris e Donald Trump, em 10 de setembro na Pensilvânia, no canal ABC.