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Crónicas

Tempos que se cruzam, pessoas que se abraçam, padrões de Verão

A vida é feita de histórias que se contam e das que ficam por contar. É das conversas boas que nos fazem crescer, dos momentos perfeitos, das palavras bonitas ditas no tempo certo e dos abraços profundos que nos transmitem tanta energia que apetece ficar só ali. Da cumplicidade que se cria às vezes sem darmos conta, dos olhares e dos sorrisos, das noites que só acabam de manhã e dos fins de tarde onde o sol se parece fundir com o mar. É das pessoas que nos acrescentam e que nos querem bem, dos que nos dão toda a força e dos que gostam de partilhar. Talvez por isso a empatia se assuma como a cola que nos une e onde encontramos respostas para a catrefada de sentimentos que nos consomem a alma e com os quais muitas vezes nem sabemos lidar. A determinação da nossa felicidade é também resultado dos que nos escolhem, dos que se identificam connosco e fazem por estar próximos, dos que nos seguram nos momentos difíceis e nos aplaudem de pé de uma forma tão genuína que nos faz parecer ter mais um metro de altura e a capacidade de mudar o mundo de uma só vez. Este é o verdadeiro significado de “gostar” e a amplitude perfeita do “valer a pena”. São os que nos ensinam a sermos melhores e a quem nos podemos dar ao luxo de dar o melhor de nós.

Os tempos em que alguém se cruza connosco e a capacidade de ficar como ator principal para uma peça sem fim são muitas vezes o barómetro entre o que tinha de ser e o que fica para trás. É por isso tão importante aproveitarmos os nossos, vibrarmos com o sucesso deles e mostrarmos que não há nada no mundo que nos demova, da mesma forma que é fundamental irmos acrescentando novas pessoas que se identificam com a nossa forma de estar e de ser. Tudo isso exige de nós uma capacidade irrevogável de fazer os outros sonhar e de transformar pequenos minutinhos em “só me apetecia era ficar aqui para sempre”. Normalmente só é preciso não complicar muito e olhar para o que temos de uma forma positiva sem nunca nos resignarmos ao “assim assim”. Não há nada especial sem ser natural e é na disposição de nos movermos uns pelos outros e de estarmos no mesmo comprimento de onda que se desenvolvem ligações que ficam. Quantas vezes estamos em sítios que não nos dizem nada e conhecemos pessoas de quem nem nos lembramos no dia seguinte? Também esses são decisivos para percebermos qual é o nosso lugar e onde nos queremos posicionar perante o que nos rodeia, para darmos importância aos que realmente valem a pena e merecem cada segundo que “gastamos” com eles.

O Verão tem muitas vezes esta forma leve de nos juntar com quem esteve cá sempre e com quem só agora chegou. De nos oferecer momentos inesquecíveis que nos deixam aquela marca de água que não engana e que ao contrário do bronzeado não sai. Das amizades que nascem e das que se solidificam ainda mais um bocadinho. Das horas que passam num instante e das risadas que nos arrancam sorrisos “de orelha a orelha”. E tem dias que não precisamos de mais nada. As oportunidades que a vida nos dá para seguirmos juntos merecem não ser desperdiçadas, mesmo com batalhas pelo meio. Este devia ser o padrão desta época do ano. Porque nada é absolutamente perfeito sem ser os momentos que vivemos e tudo é infelizmente único. Único demais para vivermos sem eles!