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UE insiste que não reconhece "legitimidade democrática" de Maduro

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O alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, insistiu hoje que o bloco comunitário não reconhece "legitimidade democrática" de Nicolás Maduro enquanto Presidente da Venezuela.

Nicolás Maduro "continua a ser o Presidente, é verdade, mas a UE não reconhece a sua legitimidade democráticas baseada em resultados" eleitorais, disse Josep Borrell, em conferência de imprensa no final de uma reunião ministerial informal, em Bruxelas.

Já hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, tinha dito que o bloco comunitário não reconhece a legitimidade de Nicolás Maduro para um terceiro mandato, por falta de verificação das atas eleitorais por fontes independentes.

A oposição e a comunidade internacional reclamam o acesso às atas para determinar se a vitória de Maduro é real ou fictícia.

O líder da oposição, Edmundo González Urrutia, participou hoje na reunião ministerial por videoconferência, para fazer uma atualização sobre a situação político-social do país, que desde 28 de julho assiste a detenções arbitrárias de pessoas que se insurgem contra o regime.

As declarações de Paulo Rangel, durante a tarde, e de Josep Borrell, ao início da noite, surgem como resposta a uma decisão do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela que validou a vitória de Maduro, mas sem possibilitar a consulta das atas eleitorais.

Deste modo, os principais diplomatas da UE reafirmaram hoje que falta legitimidade a Nicolás Maduro para reivindicar a vitória.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.

Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de cerca de duas mil detenções e de mais de duas dezenas de vítimas mortais.