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Movimento associativo nas comunidades portuguesas atrai poucos jovens

Foto DR/José Cesário/Facebook
Foto DR/José Cesário/Facebook

O secretário de Estado José Cesário lamentou hoje, em Macau, o fraco envolvimento de jovens no movimento associativo das várias comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, defendendo a importância da atuação dos mais novos.

"Também senti [em Macau] que é muito importante encontrarmos forma de despertar, de mobilizar alguns novos quadros, particularmente lusodescendentes e mais jovens, que se possam envolver na vida comunitária", disse o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, que finalizou hoje uma visita de três dias à região semiautónoma chinesa.

A dificuldade em atrair as camadas mais jovens para participarem na vida da comunidade, explicou o secretário de Estado, prende-se com "uma diferença de postura, em termos culturais, das novas gerações em relação ao associativismo".

"Por exemplo, nós temos fluxos migratórios por muitos países hoje onde não há uma única estrutura associativa. São comunidades que primam pelo individualismo e por outras formas de aproximação uns com os outros, que não são as tradicionais", indicou.

Em países como a Noruega, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos ou muitas zonas do Reino Unido, exemplificou o responsável, "não há associações" e "muitas pessoas nem sequer contactam, o que as torna mais frágeis, no caso de haver um problema".

Em consequência, também é mais difícil por parte das autoridades chegarem a estes grupos.

"Como é que nós conseguimos definir um plano, por exemplo, de permanências consulares num local destes, se nós não temos pontos de encontro com a comunidade? Se nós não sabemos onde é que ela está? Isto é um problema seríssimo", considerou.

No caso de Macau, o responsável, que ocupa pela quarta vez o cargo de secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, traça um cenário otimista, com "mais gente, mais nova", nas instituições que contactou durante a visita.

No entanto, há que repensar o futuro das estruturas da comunidade, declarou, considerando este um "problema de fundo" transversal a todas as geografias onde está estabelecida a emigração portuguesa.

José Cesário termina hoje uma visita de cinco dias à região, que incluiu ainda uma passagem por Cantão, na província chinesa de Guangdong, e Hong Kong.