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O nosso Povo Herói

Mais uma vez, a Madeira foi exemplo de superação, entreajuda e resiliência, não fosse essa, aliás, uma das marcas do nosso Povo Herói, um povo habituado a lutar, a combater e a ultrapassar todas e quaisquer adversidades.

De um lado, estiveram aqueles que lutaram, desde a primeira hora e de forma incansável, pela salvaguarda dos seus bens, assim como – e de forma exemplar – os autarcas dos concelhos afetados, num trabalho levado a cabo e assumido em conjunto pelas Corporações de Bombeiros e pelas entidades que, no terreno, decidiram em função dos cenários que tinham pela frente e das informações mas sempre em nome do interesse superior das populações, mesmo que essas decisões nem sempre reunissem consenso. Destaco, igualmente, a solidariedade externa que cedo se fez sentir, dentro e fora do nosso País, com meios reforçados neste combate.

Do outro lado, daquele que é sempre mais fácil, tivemos, conforme já é habitual, os chamados “treinadores de bancada”, aqueles que estão sempre ávidos e prontos a criticar e a atacar todas e quaisquer decisões, a deitar abaixo esta ou aquela postura, a enviesar esta ou aquela frase dita, dentro ou fora do contexto, em vez de se concentrarem no essencial, preferindo usar a desgraça dos outros para aproveitamento político.

Aliás, neste frenesim constante da crítica destrutiva à qual muitos já nos habituaram – apenas motivada pela sede do poder que espreitam e querem forçar a todo o momento – esquece-se, muitas vezes, o essencial: olhar, defender e proteger a vida Humana e os seus bens, sabendo deixar para a política o que é da política.

Curioso é ver que os mesmos que se chegaram à frente nas críticas de vária ordem que depressa se fizeram sentir são nalguns casos, os mesmos que boicotaram, pela sua livre iniciativa e vontade, que a Madeira sequer tivesse mais meios, designadamente aéreos. Aliás, se não fosse o Governo Regional, nem sequer tínhamos atualmente o Helicóptero de combate a incêndios a operar na Região, suportado pelo Orçamento Regional e pelo dinheiro de todos os nossos contribuintes, porque o PS, durante oito anos de governação nacional e pese embora a nossa insistência na Assembleia da República, negou-nos esse apoio. Sim, negou em toda a linha esse apoio e agora até defende que o Governo nacional da AD disponibilize mais.

Assim como também é curioso ver Partidos a criticar o que até agora subscreviam ou ainda outros, a retirar dividendos quando até cobram uma taxa de proteção civil que já foi assumida como inconstitucional.

Mais do que politizar aquilo que não é nem deve ser politizável, importa que, a esta distância e depois de mais de uma semana de sofrimento, se perceba e valorize que aquilo que era de mais fundamental – a vida Humana – foi devidamente salvaguardada. O que não significa que não tenhamos de ter a plena convicção de que é sempre possível melhorar a nossa atuação, sobretudo quando sabemos que, no futuro, este e outro tipo de desafios farão cada vez mais parte da nossa realidade.

Mais do que lançar farpas e pactuar com demagogias, importa endereçar um agradecimento muito especial a todos os que estiveram envolvidos neste combate, desde logo a todos os Bombeiros da Região e aos que vieram do exterior, mas, também, às Forças de Segurança, às instituições e entidades que estiveram presentes e contribuíram e claro a toda a população e aos cidadãos anónimos que, também neste momento difícil, fizeram questão de ajudar quem mais precisava, num espírito de entreajuda e de determinação notável.

A verdade é que julgar é sempre mais fácil quando não sabemos nem queremos colocar-nos no lugar do outro e quando tudo serve de pretexto para criar instabilidade e motivar novas crises políticas, com vista a assaltar um poder e uma governação que foi e continua legitimada pelos Madeirenses.

Saibamos, pois, continuar a liderar a nossa Região, tanto nos bons como nos maus momentos, longe dos que, a contragosto, continuam à espreita e à espera de entrar nessa liderança.