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Oposição venezuelana denuncia detenção de conhecido advogado anti-chavista

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Foto Frame Youtube

Perkins Rocha, um conhecido advogado da oposição venezuelana, foi hoje detido, um mês depois da contestada reeleição de Nicolás Maduro nas presidenciais, denunciaram os opositores nas redes sociais.

"O regime de Nicolás Maduro sequestrou o meu amigo e camarada, Perkins Rocha. Perkins é o nosso advogado pessoal, o nosso coordenador jurídico e o nosso representante (...) perante o CNE (Conselho Nacional Eleitoral)", frisou a líder da oposição, Maria Corina Machado.

De acordo com o partido de Machado, o Vamos Venezuela, Rocha foi raptado "à força" por indivíduos "não identificados".

As autoridades venezuelanas não divulgaram de imediato esta nova detenção, noticiou a agência France-Presse (AFP).

A mulher do advogado, Maria Constanza, revelou que Rocha desapareceu às 11:00 (16:00 em Lisboa).

"O meu marido não é um criminoso, é apenas um cidadão que luta e luta para que todos possamos viver em liberdade", sublinhou Maria Constanza, na rede social X.

"É um homem justo, corajoso, inteligente e generoso. Um venezuelano exemplar. Estão a tentar quebrar-nos, distrair-nos e aterrorizar-nos. Estamos a lutar, por Perkins, por todos os prisioneiros e perseguidos, e pela Venezuela como um todo", acrescentou Maria Corina Machado, que convocou uma manifestação na quarta-feira, um mês depois da eleição.

Mais de uma centena de dirigentes e ativistas da oposição foram detidos antes e depois da campanha.

Seis colaboradores de confiança de Machado, incluindo a sua gestora de campanha, Magalli Meda, também se refugiaram na embaixada argentina para escapar às acusações de conspiração.

O anúncio da reeleição de Nicolás Maduro, de 61 anos, provocou manifestações espontâneas que fizeram 27 mortos e 192 feridos, segundo fontes oficiais. Cerca de 2.400 pessoas foram também detidas, segundo a mesma fonte.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o CNE atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos.

A principal coligação da oposição, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), reivindica que o seu candidato, Edmundo González Urrutia, venceu as eleições presidenciais por larga margem, pelo que publicou "83,5% dos registos eleitorais", recolhidos por testemunhas e membros das mesas de voto no dia das eleições, para reforçar a sua afirmação.