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Aconselhado uso de máscara devido à nuvem de fumo provocada pelos incêndios no Brasil

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Foto DR

As autoridades da capital brasileira estão aconselhar população a utilizar máscara devido à "situação delicada" da qualidade do ar provocado pelos milhares de focos de incêndios por todo país.

O Instituto Brasília Ambiental pediu às pessoas com doenças respiratórias e cardíacas, idosos e crianças que evitem atividades físicas ao ar livre e bebam muita água e que a restante população reduza os esforços físicos e mantenham-se hidratados.

"O uso de máscaras também é recomendado para diminuir a inalação de poluentes", disseram as autoridades da cidade que nesta altura do ano regista graus de humidade muito reduzidos, numa altura em que não chove na capital brasileira há mais de 120 dias.

"Neste período de seca, temos que lidar constantemente com queimadas e fumaça, mas esta foi a primeira vez que os índices da qualidade do ar atingiram níveis ruim e péssimo", escreveu nas redes sociais o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.

Na cidade vizinha, Goiânia, devido à fraca visibilidade causada pela nuvem de fumo que encobriu a capital de Goiás no domingo, o Aeroporto Santa Genoveva cancelou pelo menos 26 voos, segundo informações da CCR Aeroportos, que administra o local.

Nas últimas 48 horas, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), citado pela Agência Senado, o Brasil registou quase 4.500 focos de incêndio.

Em declarações citadas pela imprensa local, a ministra do Ambiente, Marina Silva, detalhou que a nuvem de fumo nos céus de Brasília é proveniente de incêndios em outras regiões do Brasil, como Amazónia e Pantanal.

"Temos dois fatores que fazem com que a gente tivesse hoje essa situação terrível de fumaça aqui na capital federal. Tem processos de incêndio de fogo no entorno de Brasília e isso influencia com essa cobertura de fumaça e também a fumaça que provavelmente está vindo de outras regiões.", disse, citada pelo Correio Brasiliense.

Na segunda-feira, a ministra brasileira afirmou que o Brasil está "em guerra contra os incêndios e o crime, após ser declarado o estado de emergência em 56 municípios do estado de São Paulo.

A ministra anunciou a abertura de investigações por parte da Polícia Federal para apurar as causas dos inúmeros danos causados na região nos últimos dias.

O governador do estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que declarou o estado de emergência em 45 municípios, anunciou no domingo que foram detidas duas pessoas suspeitas de atear fogos.

De acordo com dados recolhidos por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais brasileiro, o estado de São Paulo vive o pior mês de agosto em termos de incêndios desde o início dos registos, em 1998, com 3.480 fogos identificados, mais do dobro do total do ano passado.

A propagação dos incêndios tem sido favorecida por um período de seca excecional no estado de São Paulo, mas também na Amazónia (norte), onde grassam os incêndios florestais, apesar de uma queda acentuada da desflorestação sob o governo de Lula da Silva.

"Se não tivéssemos reduzido a desflorestação para metade [em 2023 em relação a 2022], a situação teria sido muito pior", alertou Marina Silva.

Mais de 48.674 focos de incêndio foram detetados desde o início do ano na Amazónia, região que alberga a maior floresta tropical do planeta, um aumento de 76% em relação ao mesmo período do ano passado.

Na segunda-feira, o Governo de Rondónia, que alberga parte da floresta da Amazónia, declarou situação de emergência. Este ano, Rondónia registou 4.197 focos de incêndios nas cidades e 690 em áreas de conservação, totalizando 4.887 focos.