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Senegal suspende actividades mineiras na fronteira com o Mali durante três anos

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O Senegal vai suspender as atividades mineiras na margem esquerda do rio Falémé, na fronteira com o Mali, para preservar o ambiente e proteger a saúde da população local, segundo um decreto presidencial ontem publicado.

O rio, que é o principal afluente do rio Senegal, está a ser gravemente poluído devido à utilização intensiva de produtos químicos nas minas de ouro, principalmente de pequena escala, que estão a proliferar na região.

Trata-se de um recurso vital para milhares de habitantes que utilizam as águas do rio para as suas atividades agrícolas e as margens para alimentar o seu gado.

"Esta situação preocupante exige medidas enérgicas por parte das autoridades nacionais para encontrar uma solução justa para as queixas incessantes das populações ribeirinhas", explicou o Ministério das Minas num relatório publicado na semana passada.

A suspensão, prevista para durar até 30 de junho de 2027, abrange um raio de 500 metros em torno da margem esquerda do rio, parte da qual se situa ao longo da fronteira com o Mali.

A emissão de licenças de exploração mineira foi igualmente suspensa.

A região de Kédougou, onde corre o Falémé, vive há 20 anos uma corrida ao ouro.

Milhares de pessoas de toda a África Ocidental tentam aqui fazer fortuna e as atividades mineiras ilegais floresceram.

Esta situação "exige a mobilização de estratégias e medidas para preservar o Falémé, proteger o ambiente, assegurar a estabilidade social e garantir a ordem e a segurança", indicou o relatório do Ministério das Minas.

Em 2014, o Governo senegalês já tinha criado uma zona onde a mineração artesanal de ouro era autorizada, numa tentativa de regular a atividade.