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Um milhar de pessoas em manifestação antissemita em Montpellier

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Cerca de um milhar de pessoas, de várias religiões, reuniu-se esta noite em Montpellier (sul de França) para denunciar o antissemitismo e apoiar a comunidade judaica, três dias após o incêndio criminoso da sinagoga de Grande-Motte.

"A vossa presença aqui é um exemplo para os pregadores do ódio", declarou Perla Danan, presidente do Conselho Representativo das Instituições Judaicas (Crif) da região Languedoc-Roussillon, à multidão reunida no centro da cidade.

No sábado, a sinagoga de La Grande-Motte, a cerca de vinte quilómetros de Montpellier, foi palco de um atentado que poderia ter-se tornado trágico. O autor do crime foi detido na cidade vizinha de Nîmes, após um breve período de fuga.

O suspeito tinha sido filmado por câmaras CCTV, com uma bandeira palestiniana no cinto, a tentar incendiar a sinagoga no sábado de manhã, pouco antes do início da cerimónia do Shabbat.

Apenas um polícia municipal ficou ligeiramente ferido quando explodiu uma botija de gás armazenada perto de uma churrasqueira no parque de estacionamento da sinagoga.

"É um milagre que não tenhamos tido de chorar nenhuma vítima, devido à vontade de matar por parte do suspeito detido", sublinhou Elie Korchia, presidente nacional da Consistório Israelita de França, em Montpellier.

"Quando se ataca uma sinagoga (...), está a atacar-se os valores da República", acrescentou.

"Precisamos que este encontro seja não só um gesto de fraternidade, mas também um momento de reafirmação republicana", explicou, por seu turno, Yonathan Arfi, presidente das instâncias nacionais do Crif.

A presidente da comunidade judaica de La Grande-Motte, Sabine Atlan, apelou às forças republicanas para que os discursos "sejam inequívocos", lutando "contra o antissemitismo e para acabar com a confusão nauseabunda do conflito do Médio Oriente".

Os manifestantes empunhavam cartazes onde se lia: 'as nossas vidas valem mais do que a importação de conflitos'.