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Governo da Venezuela acusa Argentina, Chile e outros países de serem "fascistas"

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Foto EPA

O Governo da Venezuela acusou hoje os executivos de Argentina, Chile, Equador, Peru e Uruguai de serem "fascistas", por questionarem os resultados das últimas eleições presidenciais em que Nicolás Maduro foi reeleito, processo contestado pela oposição.

"Vemos à cabeça desta situação o governo nazi-fascista de (Javier) Milei. É um dos governos hostis porque é um fantoche, um governo pobre. Lamentamos muito que a Argentina esteja a sofrer esta situação", disse o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, numa entrevista ao portal web La Iguana, próximo do Governo do Presidente Nicolás Maduro.

"Depois há os governos do Uruguai, que também é um governo lacaio, prostrado perante os Estados Unidos. Governos como o do Peru e do Equador, onde o fascismo penetrou", disse.

"São governos submissos. São povos muito corajosos, muito valentes, mas são povos explorados, dominados pela imposição de governos que são praticamente apêndices de ocupação do império norte-americano e que mais cedo do que tarde se libertarão, mas nesta conjuntura em que estamos a enfrentar o fascismo, são um ensaio que o imperialismo fez para colocar estas marionetas fascistas", disse.

Segundo Yván Gil, "é vergonhoso, por exemplo, que o Chile seja um governo que chegou com a esperança da maioria para a transformação e o que fez foi validar o governo de Pinochet. É praticamente uma extensão do governo de Pinochet, violador de direitos, e que também vai contra as causas das pessoas, que apoia genocídios como o que está a acontecer com o governo nazi-fascista da Ucrânia".

"Ou seja, uma degeneração, uma verdadeira fraude (...) eles denunciam fraude nas eleições venezuelanas, mas na realidade são eles os burlões e, mais cedo do que tarde, (estes) povos libertar-se-ão porque não há povo vencido e nós derrotaremos esta circunstância que estão a atravessar agora", frisou.

Sobre o reconhecimento dos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho, em que Nicolás Maduro foi declarado reeleito para um mandato de seis anos, 2025-2031, explicou que mais de 60 países enviaram felicitações, de todos os continentes.

"Geralmente as felicitações costumam prolongar-se no tempo e já recebemos mais de 60 felicitações de países emblemáticos como a China, Irão, Rússia, Argélia, (...) Nicarágua, Honduras, toda a Alba, todas as Caraíbas, Bolívia, ou seja, de todo o mundo (...) não se trata de um reconhecimento, mas simplesmente de felicitações por um tema de amizade, de fraternidade e de camaradagem, ao Presidente Nicolás Maduro", disse.

O ministro adiantou também que receberam felicitações do Emir de Kuwait e de organizações importantes como a Organização de Países Exportadores de Petróleo e do Grupo de Amigos da Carta das Nações Unidas.

"Ou seja, há um amplo regozijo mundial com o triunfo do Presidente Nicolás Maduro e isso é uma realidade que ninguém pode ocultar", frisou.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.

Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo de mais de 2.200 detenções, 27 mortos e 192 feridos.