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Incêndios Madeira

Danos são "muito maiores e mais graves" do que o reportado pelo Governo Regional

Dirigente Nacional dos Verdes esteve, hoje, com a CDU no Curral das Freiras

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"Os danos sobre a biodiversidade são muito maiores e mais graves do que o Governo Regional tenta fazer crer", afirmou hoje Manuela Cunha, dirigente nacional do Partido Ecologista 'Os Verdes' (PEV), que acompanhou a equipa da CDU-Madeira numa visita às zonas ardidas do Curral das Freiras.

Em declaração aos órgãos de comunicação social presentes, Manuela Cunha, depois de manifestar "a solidariedade da CDU e do PEV com as populações afectadas e de saudar todos os bombeiros que se empenharam no terreno a combater estes incêndios", declarou que "o balanço da visita é um misto de tristeza, revolta e muita preocupação".

A dirigente do partido ecologista refere que esta é "uma situação óbvia, quando se sabe que a maior parte da área afectada se localiza dentro de zonas classificadas do Parque Natural da Madeira e em Zona de Rede Natura 2000".

São, conforme sublinhou, "áreas do maciço montanhoso com uma biodiversidade própria às zonas altas de grande riqueza e muito rara". "O próprio Curral das Freiras, muito afectado pelo incêndio, é também um espaço de microclima específico que alimenta uma biodiversidade agrícola e florestal muito rica e diversa, castanheiros, ginjeiras, etc…", complementou.

Para Manuela Cunha, estas realidades geram também "revolta porque a dimensão que estes incêndios (não só os deste ano, como também os de 2016, 2013 e 2010) tomaram são a consequência do desleixo e da irresponsabilidade dos sucessivos Governos da Região que não colocam a segurança das populações, nem a defesa da Natureza, nas suas prioridades".

"Prevenção é uma palavra banida do léxico do Governo Regional, como se pode verificar nas encostas das zonas altas, onde  os restos de lenha ardida dos incêndios anteriores ainda não foram removidos e onde os eucaliptos e as acácias invadem o território", criticou.

Nesta linha, o PEV defende que "é urgente combater a proliferação destas espécies invasoras e de rápida combustão, que projectam os incêndios a longa distância, em caso de ventos".

A dirigente do partido destacou ainda "os riscos agravados de derrocadas nas zonas ardidas onde os solos ficaram desnudados", em caso de chuvas.

"Os Verdes, depois desta visita, comprometem-se a agir perante as entidades nacionais por forma a que o ICNF, e o Instituto das Florestas da Madeira trabalhem em conjunto para integrar estas zonas no Plano Nacional de Recuperação da Natureza", concluiu Manuela Cunha.