UE condena decreto talibã que impede mulheres de falarem em público
A União Europeia (UE) disse hoje estar "chocada" com o decreto talibã que aumenta "severamente as restrições" na vida da população afegã, nomeadamente a obrigatoriedade de restringir o som da voz das mulheres em espaços públicos.
Em comunicado, o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros disse que o bloco comunitário está "chocado com o decreto recentemente emitido" pelo Governo talibã, incluindo imposições de vestuário para homens e, especialmente, mulheres e também a decisão de obrigar as mulheres a ficarem caladas em espaços públicos.
O diploma decreta que a voz de uma mulher não pode ser ouvida em público, anunciou o "autointitulado Ministério para a Promoção da Virtude e Prevenção de Vícios" afegão, criticou a União Europeia.
Os talibãs assumiram o controlo do Afeganistão em agosto de 2021 e, na quinta-feira, incluíram na lei para a propagação da virtude e prevenção do vício muitas das limitações que têm vindo a defender, como o uso obrigatório do 'hijab' pelas mulheres e o vestuário dos homens, que são obrigados a deixar crescer a barba.
A lei proíbe também as mulheres de falarem em locais públicos.
"Esta decisão, juntamente com as restrições já impostas, puníveis pela lei talibã, viola as obrigações e tratados do Estado Afegão, diminuindo os direitos da população no caminho", criticou Josep Borrell.
"Não podemos tolerar isto. Exortamos os talibãs a acabar com estes abusos sistemáticos contra as mulheres e raparigas afegãs, que são um crime de género e um crime contra a humanidade", acrescentou o chefe da diplomacia europeia.