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Incêndios Madeira

Paulo Raimundo diz que os incêndios na Madeira são resultado de "uma opção politica desastrosa"

A CDU apresentou "dezenas de propostas", no Parlamento Regional da Madeira, "que foram chumbadas", atira

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O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirmou hoje que "há responsabilidades" quanto aos incêndios na Madeira que devem ser apuradas e lembrou que a CDU apresentou "dezenas de propostas", no Parlamento Regional da Madeira, "que foram chumbadas".

"Foram dezenas de propostas, que a CDU apresentou no Parlamento Regional da Madeira, que foram chumbadas porque este grande incêndio, infelizmente, não é único e a mesma história se repete", considerou.

Para Paulo Raimundo, a culpa não pode ser atribuída a "pessoa A,B ou C", mas a "uma opção politica desastrosa na Região Autónoma da Madeira".

Paulo Raimundo, disse hoje que o Orçamento do Estado (OE) não vai resolver "todos os problemas de fundo" que o país enfrenta, lembrando que "quem se associar a ele terá de assumir as responsabilidades".

"Preocupa-me tudo [sobre o OE] a partir do momento em que as opções do Governo são o que são, o programa do Governo é o que é, as balizas que o Governo está a impor são o que são, tenho que ficar muito preocupado", afirmou.

Em declarações aos jornalistas, durante uma visita à Feira de Agosto de Grândola, no distrito de Setúbal, o líder comunista, reiterou que "todos os problemas de fundo, não vão ser resolvidos pelo OE", apontando para o Serviço Nacional de Saúde, salários, pensões e o "drama da falta de acesso à habitação".

"Não há nada, das medidas do Governo, não há nada, do programa do Governo, não há nada, das opções do Governo, que levem a pensar que vai ser diferente", frisou.

De acordo com Paulo Raimundo, trata-se de "um documento que não serve o país, não serve o povo, não serve os trabalhadores" e, por isso, "quem se associar a ele vai ter de assumir as responsabilidades".

"Não posso dizer que vou votar contra um documento que desconheço, [mas] tendo em conta aquilo que se conhece das opções, tendo em conta aquilo que o Governo nos disse a nós e a todos os partidos, presumo que as balizas que colocou foram para todos, não podemos acompanhar um documento [com] opções de fundo que não resolvem nenhum problema e que os agrava", sublinhou.

No seu entender, "os problemas que o país enfrenta não se resolvem de um dia para o outro. Agora a questão é saber qual é o caminho, se é para resolver os problemas ou um caminho para acentuar os problemas".

"O que estamos a assistir é a um Governo, com muita propaganda e uma máquina muito oleada que não está empenhado em mudar o rumo, está empenhado em acentuar tudo o que era negativo do Governo anterior e ir mais para além disso, como as opções relativamente aos impostos", criticou.

Sobre o referendo à imigração, proposto pelo Chega, o secretário-geral do PCP disse não querer alimentar essa matéria, mas lançou o desafio de se referendar o lucro diário dos grandes grupos económicos.

"Porque é que não se faz um referendo [para saber] se as pessoas acham ou não injusto haver um punhado de grupos económicos que tem 29 milhões de euros de lucro por dia e se esse dinheiro devia ou não ser distribuído por quem trabalha e por quem põe o país a funcionar", argumentou.