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Madeira

Boaventura ‘pede’ ligação ao Curral das Freiras

Presidente da Assembleia Municipal de São Vicente desafia Governo Regional a avançar com estudo

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“Na Boaventura não queria morrer sem ver a ligação para o Curral das Freiras concretizada”. Foi desta forma que o presidente da Assembleia Municipal de São Vicente desafiou o presidente do Governo Regional a ‘olhar com olhos de ver’ para a possibilidade de criar uma nova ligação entre a costa Sul e a costa Norte da Madeira.

“Poderíamos começar por fazer o estudo e posteriormente o projecto, já era muito bom”, concluiu o autarca.

Reconheceu que tal ligação seria “uma obra onerosa mas necessária para o nosso concelho e para toda a costa Norte mas também importante para o Curral e com a futura ligação ao Jardim da Serra, o futuro teleférico, o Norte tiraria muito partido de tudo”, argumentou.

No rol de pedidos directamente endereçado a Miguel Albuquerque, Aires dos Santos reclamou também a “muito simples e de fácil concretização” obra de protecção das chuvas à entrada da creche de São Vicente "obra muito mal projectada e mal situada", denunciou, assim como uma obra importante em termos de segurança e desenvolvimento na frente mar de Ponta Delgada, desde o Tanque às piscinas, “uma coisa assim parecida com a ligação na frente mar da Ribeira Brava que o governo vai ligar à Ponta do Sol”, comparou. Isto sem esquecer a parte alta da freguesia “e uma ligação segura às Lombadas”.

Na intervenção de abertura da sessão solene comemorativa do Dia do Concelho de São Vicente, o impacto dos incêndios não foi esquecido pelo presidente da Assembleia Municipal.

Com a ressalva que o seu concelho “não sofreu grandes danos, mas todos nós sofremos com as desgraças que atingiu na nossa ilha”, Aires dos Santos admitiu falhas na abordagem ao fogo.

“Terão sido cometidos erros? Decisões menos correctas? Estratégias mal calculadas, até? Ao primeiro olhar parece evidente, mas quem não erra que se denuncie”, desafiou, para logo acrescentar: “Os erros, os lapsos são próprios de quem toma decisões, de quem sobre grande stress e com pouco tempo para decidir, tem de executar”.

Ciente que “é fácil criticar e também é justo criticar”, não deixou de repudiar aqueles que se armam de heróis atrás dum teclado.

“Os madeirenses têm esse direito e até podemos dizer que têm o dever de apontar os erros cometidos para que possam ser corrigidos, mas não têm o direito de ofender, vilipendiar, fazer julgamentos pessoais inclusive se intrometendo na vida familiar das pessoas que estão à frente da nossa governação”.

Aires dos Santos, que já foi bombeiro durante cerca de 25 anos, deixou um desafio aos muitos heróis das redes sociais.

“Gostava de pedir, exortar a todos esses que poderiam começar por se inscrever nas próximas escolas de bombeiros”.

Reparos também para a classe política, ao concluir que “não é admissível o aproveitamento político perante uma qualquer desgraça, é do mais baixo que alguém pode fazer”, acusou.

Aos que fomentam “a ditadura das minorias”, lembrou que “a liderança de uma governação não pode condicionar as suas decisões por esta gente porque em vez de liderar passa a ser liderada. E o Povo quando escolhe os seus governantes é para estes liderarem”, sustentou.

Referência ainda para as eleições Autárquicas do próximo ano, para exigir a quem se candidatar que deve “priorizar a educação, a saúde, as infra-estruturas e o meio ambiente, a agricultura e a pesca, a pecuária e o turismo, de modo a construir uma base sólida para as futuras gerações. O futuro de São Vicente e das suas gentes tem de ser um critério inegociável”, concluiu.