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Incêndios Madeira

Protecção Civil perspectiva que o fogo na Ponta do Sol deverá ser debelado em breve

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Foto Miguel Espada / ASPRESS

O incêndio que deflagrou há 11 dias na Madeira mantém ainda um "ponto quente" na zona da Lombada, no concelho da Ponta do Sol, indicou hoje a Proteção Civil, adiantando que o fogo deverá ser debelado em breve.

"Tem um ponto quente que está um bocadinho ativo e nós esperamos -- atenção, não estou a dizer que vai acontecer -- que no prazo de uma hora, uma hora e meia, que a gente consiga debelar aquilo", disse à agência Lusa o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes, num contacto estabelecido cerca das 16:15.

"É um ponto que está ativo, portanto, não está tudo completamente controlado", reforçou.

António Nunes disse também que o fogo não ameaça residências.

"Está a uma distância de segurança, não há casas nenhumas em perigo", assegurou.

De acordo com o presidente da Proteção Civil, o fogo está a ser combatido apenas com meios apeados, porque ocorre numa área debaixo de cabos de alta tensão, circunstancia que impede a utilização do meio aéreo.

"Eles [a equipa que opera o helicóptero] não podem ir para lá e também porque nós consideramos que os meios apeados que lá estão são suficientes para debelar aquilo no espaço de uma hora", disse António Nunes.

Contactada pela Lusa, a presidente da Câmara Municipal da Ponta do Sol, Célia Pessegueiro, também confirmou que aquela área na Lombada "está sempre a arder", embora "às vezes sem chama visível" e explicou que o fogo ocorre numa encosta no topo da qual existem casas.

Esta manhã, numa conferência de imprensa para apresentação do ponto da situação do incêndio, o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, indicou que as frentes de fogo estavam "substancialmente diminuídas" ou eram "inexistentes", mas alertou para a persistência de um "foco de potencial reacendimento" na Ponta do Sol, na zona oeste da ilha.

O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou a 14 de agosto nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. Hoje de manhã, ao 11.º dia, a Proteção Civil regional indicou que o fogo está controlado e que os operacionais se mantêm no terreno em operações de rescaldo, controlando alguns pontos quentes.

Nestes dias as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores foram regressando a casa.

O combate às chamas foi dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas, segundo o Governo Regional, não há registo de feridos ou da destruição de casas e infraestruturas públicas essenciais, embora algumas pequenas produções agrícolas tenham sido atingidas, além de áreas florestais.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.045 hectares de área ardida.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, disse tratar-se de fogo posto.