Moradores da Fajã das Galinhas não podem regressar a casa, repete autarca de Câmara de Lobos
O presidente da Câmara Municipal de Câmara de Lobos afirmou hoje que a Fajã das Galinhas não oferece condições de segurança para as pessoas poderem regressar às suas casas estando, agora, a tratar dos realojamentos.
"Somos do entendimento de que a escarpa e o acesso viário para a Fajã das Galinhas, por um tempo que não conseguimos determinar, não oferece as condições de segurança para que as pessoas possam regressar às suas habitações", disse à Lusa Leonel Silva.
O autarca revelou que esta decisão já foi comunicada aos habitantes, retirados daquele local enquanto o incêndio estava ativo.
Os moradores vão, agora, ser realojadas provisoriamente em equipamentos municipais, públicos e regionais enquanto a construção de habitações definitivas, noutra localidade, não estiver concluída, explicou.
Leonel Silva salientou que a autarquia vai iniciar brevemente a construção de 30 moradias num investimento de 7,5 milhões de euros na zona do Castelejo, próxima da Fajã das Galinhas, localidade que não oferece riscos.
Este projeto não é novo, tendo sido desenhado no ano passado aquando da estratégia local de habitação onde a Fajã das Galinhas já tinha sido sinalizada como sendo de elevado risco, sublinhou.
Dizendo que o incêndio veio acelerar o processo, o autarca revelou que a generalidade das pessoas já não quer regressar à Fajã das Galinhas.
Leonel Silva frisou que o único acesso viário à fajã vai ser apenas reaberto para que as autoridades possam retirar os animais que lá estão, continuando proibido às populações porque não estão garantidas as condições de segurança.
O Governo da Madeira pretende realojar os moradores da Fajã das Galinhas numa "zona mais confortável", indicou hoje o presidente do executivo, considerando que o sítio permanece isolado na sequência do incêndio.
"A situação da Fajã das Galinhas é uma situação de grande perigosidade, já não é de agora, e penso que estamos em condições para encontrar uma solução definitiva para essas famílias", disse Miguel Albuquerque numa conferência de imprensa onde fez o ponto de situação do incêndio.
Em 17 de agosto, 120 pessoas foram retiradas do sítio, na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, nas zonas altas do concelho, devido às chamas que cercaram a zona e tornaram intransitável a única estrada de acesso, numa extensão de cerca de dois quilómetros ao longo de uma escarpa.
O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou a 14 de agosto nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana.
Hoje de manhã, ao 11.º dia, a Proteção Civil regional indicou que o fogo está controlado e que os operacionais se mantêm no terreno em operações de rescaldo, controlando alguns pontos quentes.