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Kamala Harris pede mais pressão internacional sobre Nicolás Maduro

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A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, exortou as forças de segurança da Venezuela a protegerem os cidadãos, advertindo que uma resposta militar aos protestos "só vai aprofundar a crise", avança hoje a imprensa norte-americana.

"Insto firmemente as forças de segurança da Venezuela a que demonstrem moderação, respeitem os direitos humanos e a liberdade de expressão de todos os venezuelanos e protejam o povo venezuelano de ameaças e ataques políticos", escreveu numa carta divulgada hoje e enviada aos líderes da oposição venezuelana María Corina Machado e Edmundo González.

Segundo o diário O Novo Harold, de Miami, a candidata à Presidência dos EUA pediu ainda ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela que "mantenha os mais altos níveis de transparência" e à comunidade internacional que pressione aquele organismo para que publique todas as atas eleitorais de cada assembleia de voto.

""A violação destes direitos só aprofunda a crise e dificulta os esforços para uma transição pacífica e democrática (...) Continuaremos a encorajar os partidos na Venezuela a iniciar conversações sobre uma transferência de poder respeitosa e pacífica, em conformidade com a lei eleitoral venezuelana", acrescentou.

A Câmara Eleitoral do STJ certificou na quinta-feira "sem objeções" os resultados do CNE, considerando Nicolás Maduro Presidente eleito da Venezuela para o período 2025-2031, apesar das acusações de fraude feitas pela oposição, que exigiu a divulgação das atas.

A decisão foi tomada em resposta a um pedido de Maduro para rever os totais de votos, depois de a oposição ter publicado registos de votação 'online' de 80% das mesas de voto, mostrando que o candidato da oposição Edmundo González ganhou por uma margem de mais de 2 para 1.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais a 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Nicolás Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia, obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e diversos países da comunidade internacional denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente, o que o CNE diz ser inviável devido a um "ciberataque" de que alegadamente foi alvo.

Os resultados eleitorais têm sido contestados com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo oficial de mais de 2.220 detenções, 27 mortos e 192 feridos.