Marcelo Rebelo de Sousa não vem à Madeira enquanto fogo estiver activo
O Presidente da República adiantou hoje que não vai à Madeira enquanto o incêndio que deflagrou a 14 de agosto estiver ativo e a ser combatido para não ser uma "fonte de complicação".
"Eu não irei à Madeira enquanto durar este processo de resposta aos incêndios e antes do senhor representante da República na Madeira falar com as instituições e considerar que é adequado eu ir lá", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa à margem de uma visita à Feira do Livro do Porto que abriu hoje portas ao público.
Garantindo estar a "acompanhar de longe" a situação naquela ilha, o Chefe de Estado explicou que, enquanto está em curso o fogo, "não faz sentido ir lá".
E acrescentou: "Eu noutros tempos intervinha enquanto duravam as operações de resposta aos incêndios, mas a Proteção Civil disse que os políticos eram indesejáveis, eram uma fonte de complicação até estar concluído o processo e, portanto, eu passei a respeitar isso".
O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou no dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana.
Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.002 hectares de área ardida.
Marcelo Rebelo de Sousa contou ainda que tem estado em permanente contacto com o representante da República na Madeira que lhe vai reportando a evolução da situação e que, há cerca de uma semana, falou com o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque.
Já sobre as críticas que têm sido feitas a Miguel Albuquerque, o Presidente da República recusou fazer comentários porque estaria a interferir na autonomia regional.
"Não me vou pronunciar sobre essa matéria porque estar a pronunciar-me sobre essa matéria era pronunciar-me sobre o exercício da autonomia regional e o Presidente da República não deve interferir nessa matéria", esclareceu.
Marcelo Rebelo de Sousa também não quis comentar a proposta do presidente do Chega, André Ventura, de realizar um referendo à imigração.
"O Presidente da República só é chamado a pronunciar-se no fim do fim, ora não é o caso agora porque estamos ainda, aparentemente, no começo do começo do debate do partido. Logo, não me pronuncio sobre isso", justificou.
O Chefe de Estado, que visitou os 130 `stands´ da Feira do Livro acompanhado do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, recusou ainda pronunciar-se sobre uma eventual candidatura de Leonor Beleza a Belém.
"É uma coisa que não tem lógica nenhuma estar a pronunciar-me sobre as escolhas partidárias", frisou.