JPP diz que segunda-feira é 'Dia D' da audição a Albuquerque e Pedro Ramos
O Juntos Pelo Povo (JPP) reiterou, esta sexta-feira, o pedido ao presidente da Assembleia Legislativa da Madeira para que convoque, como a máxima urgência, a Comissão Permanente (CP) para ouvir no Parlamento, já na próxima semana, o presidente do Governo Regional e o secretário regional da Saúde e Protecção Civil, Pedro Ramos.
O secretário-geral do JPP diz que a deliberação electrónica marcada para a próxima segunda-feira, ao meio-dia, "é um momento crucial, 'o Dia D', para se perceber se há de facto coragem e vontade política para, no lugar próprio, o Parlamento, os madeirenses serem devidamente esclarecidos sobre a tragédia dos incêndios" que lavram em vários concelhos da Região há mais de 10 dias.
A Comissão Permanente da Assembleia Legislativa da Madeira substitui o Parlamento durante o período de férias, que decorre entre 31 de Julho e 1 de Outubro, podendo ser convocada para debater e analisar questões excepcionais, como é o caso vertente, no entender do JPP.
No entanto, o partido diz que o presidente do parlamento madeirense "tem outro entendimento da situação", e por essa razão o requerimento enviado pelo partido para que a CP se reunisse e deliberasse convocar Miguel Albuquerque e Pedro Ramos "já se arrasta desde o dia 20 de Agosto".
O impasse poderá ser ultrapassado através da convocatória emanada pela 5.ª Comissão Especializada de Saúde e Proteção Civil que agendou para a próxima segunda-feira, às 12 horas, uma reunião para votação, por via eletrónica, do requerimento do JPP. Élvio Sousa, secretário-geral do JPP
A 5.ª Comissão Especializada é composta por nove deputados: 4 do PSD, 2 do PS, 2 do JPP (que tem a presidência da Comissão através da presidente do JPP, Lina Pereira) e 1 do CDS. PSD e CDS juntos formam a maioria.
Segunda-feira os madeirenses e porto-santenses ficam a saber melhor quem está disponível para branquear ou debater esta tragédia dos incêndios, de forma séria e no local próprio. Temos o dever e a responsabilidade de apurar o que falhou, o que deveria ter sido feito e não foi, mas também os fundamentos para recusar a ajuda externa numa fase ainda inicial do fogo, a comprovada falta de decisão política atempada, o ziguezague quanto à utilização de meios aéreos, que afinal, como temos observado, conseguem actuar numa orografia como a nossa, e revelaram-se uma ajuda importante Élvio Sousa, secretário-geral do JPP
Élvio Sousa faz questão de sublinhar que a audição parlamentar "não é para julgar ninguém", mas uma oportunidade para apurar responsabilidades. "Todos nós devemos assumir as virtudes e as fragilidades inerentes à tomada de decisões", concede.
O que não podemos é fingir que não se passou nada, que está tudo controlado, como se ouve dizer tantas vezes, mas depois acontecem coisas que revelam impreparação ou leviandade Élvio Sousa, secretário-geral do JPP
O líder do JPP diz que os incêndios da Madeira acabaram por suscitar um debate nacional, nem sempre com a clareza e racionalidade exigidas, mas gerador de muita matéria em torno da prevenção dos incêndios e eventos extremos, modelos e formas de combate, segurança das pessoas e bens; a questão dos meios e os desafios originados pelas alterações climáticas.
"Vamos aproveitar a audição parlamentar para reflectir no que disseram vários especialistas sobre todas estas questões", sugere Élvio Sousa. "Esta catástrofe natural na Madeira é uma oportunidade para corrigirmos políticas e aprender com os erros, avaliar as necessidades técnicas, em matéria de socorro e segurança das populações, mas com uma atitude suprapartidária".