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Incêndios Madeira

Governo da República destaca resposta do Instituto da Conservação da Natureza na Madeira

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A ministra do Ambiente destacou hoje a resposta do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) no incêndio que afeta a ilha da Madeira, acrescentando que o arquipélago fará parte do plano nacional de restauro da natureza.

Em declarações aos jornalistas na Praia de São Pedro do Estoril, no concelho de Cascais, distrito de Lisboa, que hoje visitou, Maria da Graça Carvalho assinalou que a força do ICNF que está no terreno "tem feito um trabalho excecional, muito arriscado, de proteção da floresta" na Madeira, onde prossegue o combate a um incêndio rural que deflagrou em 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana.

O ICNF, destacou, "foi para a Madeira imediatamente, exatamente para proteger as zonas protegidas".

Em relação ao plano a adotar depois do incêndio, a ministra referiu o regulamento europeu sobre o restauro da natureza, que permitirá "não só repor, mas aumentar" a área de floresta em Portugal.

"Estamos agora a preparar o nosso plano nacional, temos um objetivo de plantar um número muito impressionante de árvores, temos que reflorestar o país", disse.

O plano incluirá a Madeira, tendo em "atenção a autonomia regional", sublinhou a governante.

"Há certas áreas em que há autonomia regional, mas nessas [a intervenção] será feita em cooperação com a Madeira e com os Açores", frisou.

Maria da Graça Carvalho realçou, porém, que não basta ter nova floresta, também é preciso "cuidar" da que existe e isso passa pela "valorização" dos vigilantes da natureza e dos sapadores florestais.

Segundo dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, já terão ardido mais de 5.002 hectares no incêndio que lavra há 10 dias na ilha da Madeira.

Questionada sobre dados concretos, Maria da Graça Carvalho remeteu informações para o Ministério da Administração Interna e para o Governo Regional da Madeira.

Na quarta-feira, o presidente do governo da Madeira, Miguel Albuquerque, indicou que "grande parte da floresta Laurissilva" - Património Mundial Natural da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês) desde 1999 -- não foi afetada pelo incêndio que lavra na região.

Ao mesmo tempo, adiantou que foram tomadas medidas para salvaguardar a freira-da-madeira, uma das aves marinhas mais raras do mundo, endémica da ilha e que esteve considerada extinta até aos finais da década de 1960.

O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas ou de infraestruturas essenciais.

Na sequência do incêndio, as autoridades madeirenses deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção dos da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.

Alguns bombeiros receberam assistência por exaustão ou ferimentos ligeiros, não havendo mais feridos.