Condicionamento no aeroporto sem relação com o fogo
O secretário Regional da Economia da Madeira garantiu hoje que os condicionamentos na operação do aeroporto Cristiano Ronaldo no fim de semana nada tiveram que ver com o incêndio que lavra na ilha, mas sim com os ventos fortes.
Em declarações à Lusa, o secretário Regional da Economia, Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, salientou que têm existido notícias que relacionam os ventos fortes que se fizeram sentir no aeroporto da Madeira, que levaram ao cancelamento de voos e retenção de pessoas na infraestrutura, com o incêndio que lavra há 10 dias na ilha.
"A coincidência que existiu temporal na Madeira relativamente a existência de ventos fortes que condicionaram a operação do aeroporto nada teve a ver com os incêndios. Os incêndios nunca puseram em causa o normal funcionamento do aeroporto. É importante que se diga, porque esta foi uma das notícias que foi difundida de forma muito errada", sublinhou.
O Aeroporto Internacional Cristiano Ronaldo enfrentou durante o fim de semana e início da semana constrangimentos na operação aeroportuária, atrasos e cancelamentos de voos com impacto nos passageiros, tendo a situação já sido normalizada.
Em declarações hoje à agência Lusa, Eduardo Jesus assegurou que todos estiveram no terreno, desde a primeira hora e em conjunto, para minimizar o impacto nos passageiros.
"Este esquema está montado e tem vindo a ser aperfeiçoado com a experiência que vamos tendo, mas desde que existe inoperacionalidade são ativados determinados meios. Por um lado, compete à ANA como concessionária do aeroporto, e tem essa responsabilidade, colocar em prática o plano de contingência que eles próprios prepararam para esta situação para melhor acolhimento dos passageiros", disse.
Desta vez, segundo Eduardo Jesus, a inoperacionalidade ocorreu no pico da procura à ilha.
"Tivemos a situação de em vez de se impactar 300 a 400 pessoas, chegou a haver um dia em que puseram 900 [pessoas] imobilizadas no aeroporto e isso causou um enorme transtorno às pessoas e à infraestrutura", disse.
O responsável garantiu, contudo, que a Secretaria esteve sempre em contacto com a ANA, os operadores, as companhias aéreas e empresas que tratam do alojamento das pessoas.
"Fomos encontrando soluções. Uma companhia aérea reorganizou a sua oferta em termos de aparelhos e fez subir a oferta para escoar pessoas. Houve em esforço em antecipar os prazos de resposta e satisfazer os passageiros", referiu.
Ainda segundo Eduardo Jesus, foram dias muito exigentes, mas com o envolvimento de todos, conseguiu-se minimizar os impactos.
O incêndio rural na ilha da Madeira deflagrou no dia 14 de agosto, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e, através do Pico Ruivo, Santana.
As autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção dos da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas ou de infraestruturas essenciais.
Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.002 hectares de área ardida.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, disse tratar-se de fogo posto.