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Israel diz ter eliminado dezenas de combatentes do Hamas na Faixa de Gaza

Fotos DR/IDF
Fotos DR/IDF

O exército israelita anunciou hoje ter eliminado dezenas de alegados combatentes do Hamas na Faixa de Gaza e ordenou a saída de civis de diversas áreas, reduzindo ao mínimo a "zona humanitária".

"No último dia, na área de Khan Yunis [sul] e nos arredores de Deir al Balah [centro], as tropas eliminaram dezenas de terroristas e desmantelaram dezenas de locais de infraestrutura terrorista", refere um comunicado militar.

A Força Aérea atacou cerca de 30 alvos militares do Hamas em toda a Faixa de Gaza nas últimas 24 horas, incluindo "postos militares, depósitos de armas e pontos de lançamento", principalmente em Khan Younis, onde foram desmanteladas estruturas a partir das quais foram lançados projéteis para o sul de Israel na semana passada.

O hospital Naser, em Khan Yunis, informou hoje que recebeu os corpos de quatro vítimas, incluindo uma criança, de um ataque contra um grupo de pessoas na cidade de Abasan, enquanto os media palestinianos noticiaram bombardeamentos na área de Suhaila, onde na quinta-feira o exército ordenou novas retiradas da população civil.

Até agora, só no mês de agosto, Israel emitiu 12 ordens de evacuação, principalmente na área de Khan Younis, mas também em Deir al Balah, forçando a deslocação de cerca de 250 mil pessoas, segundo dados divulgados pela agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (UNRWA).

"As famílias deslocam-se repetidamente, carregando o que podem no meio das operações militares e do calor do verão. Não há como escapar deste ciclo exaustivo na Faixa de Gaza", denunciou a organização, na rede social X.

Segundo dados divulgados, 90% da população de Gaza, mais de dois milhões de pessoas, foi deslocada durante a guerra.

O coordenador humanitário da ONU para os territórios palestinianos, Muhanad Hadi, condenou na quinta-feira este novo êxodo, que "não visa proteger os civis" , e alertou que o abastecimento de água em Deir al Balah diminuiu 70% devido ao encerramento de bombas e fábricas de dessalinização localizadas nas áreas evacuadas.

"A grave escassez de cloro para a desinfeção da água, com reservas que deverão durar apenas mais um mês, está a alimentar doenças, infeções de pele, hepatite A e, agora, a poliomielite", explicou.

Simultaneamente à grave situação humanitária em Khan Yunis e Deir al Balah, as tropas israelitas mantêm a sua ofensiva, agora com menor intensidade, em Rafah, extremo sul do enclave, depois de anunciarem há dois dias que já tinham derrotado a Brigada Rafah do Hamas, apesar de hoje terem indicado que mataram vários "terroristas" no bairro de Tel al Sultan que "representavam uma ameaça".

Os media palestinianos também noticiaram ataques nas últimas horas no campo de refugiados de Nuseirat, no centro, em Beit Lahia, no norte do enclave, e no bairro Zaytun, na cidade de Gaza.

A ofensiva militar israelita na Faixa custou a vida a pelo menos 40.265 palestinianos documentados e deixou 93.144 feridos, além de cerca de 10 mil desaparecidos sob os escombros, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas.