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Incêndios Madeira

ADN propõe "proibição de construção por 20 anos" nas áreas ardidas

Foto Helder Santos/Aspress
Foto Helder Santos/Aspress

O ADN - Alternativa Democrática Nacional na Madeira emitiu uma nota de imprensa na qual defende que, "nas áreas afectadas por incêndios florestais na nossa região, seja implementada uma medida de protecção que proíba a construção nessas zonas durante os próximos 20 anos". Entende este partido que a "proposta surge da necessidade urgente de garantir a recuperação ambiental, prevenir futuros desastres e assegurar que a tragédia dos incêndios não seja explorada para fins que não sirvam o interesse público".

No texto assinado pelo seu líder regional Miguel Pita, o ADN aponta as "razões para a proibição de construção", apontadas a seguir em lista:

  • "Recuperação dos Ecossistemas: As áreas ardidas precisam de tempo para se regenerarem naturalmente. A construção nestas zonas pode interromper o processo de regeneração natural das florestas, impedindo a recuperação da biodiversidade e dos habitats que são essenciais para o equilíbrio ecológico da nossa ilha.
  • Prevenção de Novos Incêndios: A vegetação natural que se regenera após um incêndio desempenha um papel fundamental na retenção de água e na protecção do solo contra a erosão. A construção em áreas ardidas, especialmente em terrenos inclinados, pode aumentar o risco de deslizamentos de terra e a recorrência de incêndios, ao introduzir elementos que são combustíveis e ao dificultar o acesso para acções de combate a fogos futuros.
  • Evitar a Especulação Imobiliária: A proibição de construção nas áreas afectadas pelos incêndios por um período de 20 anos é também uma medida necessária para evitar a especulação imobiliária. Sem esta proibição, existe o risco de que estas áreas sejam rapidamente adquiridas a baixo custo, apenas para serem desenvolvidas para fins privados, em detrimento das necessidades de protecção ambiental e do bem-estar das comunidades locais.
  • Responsabilidade para com as Gerações Futuras: A nossa responsabilidade como cidadãos é garantir que a Madeira continue a ser uma ilha rica em biodiversidade e recursos naturais. Permitir a construção em áreas recentemente ardidas compromete o futuro da nossa terra, criando cicatrizes permanentes no nosso território e reduzindo a capacidade da natureza de se regenerar e sustentar as próximas gerações."

Miguel Pita diz que o seu partido acredita que "esta proposta, se implementada, será um passo crucial para garantir que a nossa ilha possa recuperar dos impactos devastadores dos incêndios florestais e que, no futuro, possamos proteger melhor as nossas florestas e as nossas comunidades. Contamos com o apoio de todos os Madeirenses para que esta medida seja discutida, aprovada e aplicada, em nome do nosso património natural e da segurança colectiva", conclui.