A Venezuela e o que nos assola
As eleições na Venezuela, já por si, dão tema de conversa para meses de diálogo sobre todos os preceitos e condicionantes que traz consigo.
A governança de um regime totalitário e antidemocrático contrasta com a feroz, mas ineficaz, atitude das frágeis democracias capitalistas e das forças geopolíticas mundiais.
A crise económica que já impera, ainda de forma despercebida do comum cidadão, mais desinformado e acomodado à sua situação, vai dando os seus sinais.
Combater o que aí vem será um desafio para todos os governantes, no sentido de combater ainda mais a desintegração social em que a diminuição do poder de compra e a especulação imobiliária têm sido os mais importantes obreiros.
As guerras, a IA e a pandemia trouxeram novos paradigmas à sociedade atual.
Não fosse o trágico desaparecimento do PCP da Assembleia Legislativa Regional, e diria que o socialismo está à beira da extinção, mas não.
Repare-se que, quanto maior o grau de descontentamento e falta de identidade social, maior a probabilidade do aparecimento de extremismos, facto que tem sido relevante tanto à Direita como a Esquerda, em que a chamada Resistência, contrasta com os movimentos e interesses instalados.
O Capitalismo nesta nova fase de policrise, motivada pela concentração de riqueza, injustiças sociais e destruição ambiental, faz duvidar ainda mais do Futuro.
Aguardam-se mudanças que promovam a sustentabilidade e a participação ativa dos cidadãos e um Estado que promova a criação e redistribuição de valor.
Só assim se impedirá o potencial da esquerda e extremas de tomar a rédea do poder e provocar danos maiores à pirâmide de riqueza existente.
Entretanto o jogo de xadrez, onde jogam as grandes economias mundiais, que impede a Venezuela de se reestruturar e mudar para uma sociedade mais justa e aberta, vai-se desenrolando.
A questão é quem fará o Cheque Mate? O Socialismo ou o Capitalismo?
António Freitas