"Torna-se relevante os responsáveis políticos assumirem os seus papéis"
Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil reage aos incêndios na Madeira
O Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil (SinFAP), em nota enviada à comunicação social esta noite, defende que é "relevante" que os responsáveis políticos assumam os seus papéis. " Torna-se relevante os responsáveis políticos assumirem os seus papéis e concentrarem-se na resolução do problema com disponibilização de meios e recursos aqueles que estão no terreno, sobre as políticas públicas de protecção civil ou a falta delas será tema a debater pós ocorrência e aí cada uma terá de assumir as suas reais responsabilidades".
Na opinião do sindicato, dado o momento "crítico" que a Região atravessa, "exigir demissões sem soluções é apenas um exercício simplista e bacoco, exigimos sim que se agreguem forças e se extinga o incêndio".
Após isso, deve haver lições apreendidas e com isso apresentar soluções (que é o que nos move) e cada decisor perceber se agiu corretamente e se tem condições de se manter no lugar que ocupa. Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil
Acrescenta, também, que antes de serem pensadas mudanças é necessário "arranjar soluções já com vista ao Inverno e há época de chuvas que irão trazer problemas para a RAM". Por isso, deixa a sua opinião sobre o que deveria ser já realizado:
- Avaliação dos danos em infraestruturas afetadas pela passagem do incêndio bem como verificar o estado da vegetação na IUF (por exemplo árvores em risco de queda) por forma a validar as suas condições de segurança para o retorno da população deslocada e para reposição da normalidade;
- Avaliação da necessidade de apoio psicológico à população ou aos operacionais;
- Controlo da erosão dos solos após perda de cobertura vegetal, utilizando técnicas como plantio de cobertura, construção de barreias ou estabilização de encostas (a orografia da Madeira potência esta situação!);
- Implementar programas de reflorestação com espécies nativas para restaurar o ecossistema;
- Proteger e monitorizar as fontes de água para evitar contaminação por cinzas e outros detritos, e garantir que os sistemas de abastecimento de água estão a funcionar corretamente.
Face aos desafios enfrentados, o SinFAP acredita que é essencial uma "revisão e fortalecimento das estratégias de planeamento e prevenção de incêndios na Ilha da Madeira", propondo:
- Mapeamento Detalhado das Áreas de Risco
- Infraestruturas de Prevenção (ex. aceiros, pontos penetrantes em zonas de difícil acesso e pontos de água)
- Apoio à Agricultura e Manutenção da Paisagem (ex. Incentivos à agricultura sustentável e à manutenção da paisagem rural)
Quanto à capacidade de resposta aos incêndios são necessárias, também, melhorias "significativas":
- A Valorização Salarial dos Bombeiros
- Reforço dos Meios Humanos e Materiais
- Melhoria das Operações Aéreas (revisão e expansão dos meios aéreos, com ênfase em aeronaves adaptadas para operar em áreas de difícil acesso e em condições meteorológicas adversas).
- Formação e Exercícios de Proteção Civil
Considera que a Madeira pode transformar-se "num exemplo de resiliência e preparação", propondo:
- Criar um Plano Integrado de Gestão de Incêndio
- Sistemas de Monitorização e Alerta Baseados em Inteligência Artificial
- Uso de Drones para Vigilância e Intervenção Rápida
- Criar Faixas Verdes de Vegetação Nativa Resiliente ao Fogo
- Infraestrutura de Aceiros
- Aplicação de Tintas Retardantes de Fogo em Infraestruturas Críticas
- Reforço da Capacidade de Intervenção Local com Equipas de Resposta Comunitária
- Aproveitamento de Energia Solar para Sistemas de Irrigação Automatizada
- Programas de Incentivo à Agricultura Regenerativa
- Campanhas de Sensibilização com Realidade Virtual (RV)
- Desenvolvimento de Parcerias com Instituições Científicas para Pesquisa e Inovação
- Investir em estudos sobre os efeitos a longo prazo dos incêndios no ecossistema local e nas comunidades, utilizando os dados para melhorar as políticas públicas
A concluir, expressa "o seu profundo agradecimento e apoio a todos os operacionais que estão na linha da frente deste combate, enfrentando condições extremamente adversas para proteger as comunidades e o território".
Reconhecemos o esforço e a dedicação incansável de todos os envolvidos, onde nos chegam relatos de exaustão e dificuldades físicas devido ao trabalho acumulado ao longo destes diversos dias. Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil