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Incêndios Madeira

Noite intensa de combate ao fogo no Curral das Freiras

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Foto Aspress

O fogo da Madeira esteve na noite de hoje muito ativo no Curral das Freiras, concelho de Câmara de Lobos, descendo a encosta em direção a uma zona habitacional, e uma pessoa acamada foi retirada, disse o presidente do município.

"Nesta noite o fogo esteve bastante ativo. Julgávamos que ia prosseguir no sentido do Pico do Areeiro, prosseguiu efetivamente, mas houve uma mudança de ventos e ele acabou por abrir uma linha ativa que desceu a encosta e regressou a uma zona habitacional no Pico Furão, o que motivou a necessidade de [retirar] uma senhora acamada, por precaução", informou Leonel Silva à agência Lusa, cerca das 09:00.

Segundo o autarca, "foi uma noite intensa de combate" no local, tendo sido posicionados "bombeiros numa linha de água, numa vereda que fica a norte das habitações", e foi possível "conter a progressão do fogo nesse ponto".

Esta manhã "as zonas habitacionais estão fora de perigo".

"O fogo continua ativo na zona do Lombo do Portais, mas é uma zona montanhosa, muito escarpada, não é habitacional, não é agrícola. É uma zona florestal pura e dura, mas ele continua muito ativo e em progressão", explicou.

Leonel Silva complementou que "os meios continuam empenhados no local", aguardando a possibilidade de intervir em condições de segurança.

"Neste momento não há nenhuma zona habitacional para já que esteja sequer próximo de perigo, mas estamos preparados para intervir logo que seja oportuno e possível", reforçou.

No local estão cinco viaturas ligeiras, uma pesada e vários meios humanos.

"Neste caso será necessário meios humanos, de facto, mas temos o número de pessoas suficientes para já. Nesta fase é aguardar a progressão", concluiu.

O incêndio rural na Madeira deflagrou há uma semana, dia 14 de agosto, nas serras da Ribeira Brava, propagando-se na quinta-feira ao concelho de Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol.

Nestes oito dias, as autoridades deram indicação a perto de 200 pessoas para saírem das suas habitações por precaução e disponibilizaram equipamentos públicos de acolhimento, mas muitos moradores já regressaram, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos, e da Furna, na Ribeira Brava.

O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais.

Três bombeiros já receberam assistência hospitalar por exaustão e sintomas relacionados com "mal-estar e indisposição", não havendo mais feridos.

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais, indicados pelo presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes, apontam para 4.392 hectares de área ardida até às 12:00 de terça-feira.

A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio, mas o presidente do executivo madeirense, Miguel Albuquerque, diz tratar-se de fogo posto.