Uma Ilha a arder. Era evitável?

Quem se lembra dos incêndios de 2022 no Continente depressa tende a transferir as semelhanças e a resolução para este que deflagra ainda a esta hora!

As circunstâncias aqui são bastante diferentes. O local onde começou o incêndio é de muito difícil acesso, os meios disponíveis nada têm a ver com os do Continente. Pelos vistos um avião ou helicóptero que venha do Continente não tem autonomia para cá chegar, para além da inoperacionalidade vento vs orografia. Nem descargas se conseguem fazer na maior parte dos locais. Os habitantes sofrem, é verdade. Vão apurar-se factos e responsabilidades certamente. Não acredito que a culpa aqui se vá dever à hélice de um helicóptero ou da falta de acessos onde não é possível fazer qualquer acesso seguro para qualquer sapador entrar e regressar em segurança. Quem é entendido em fogos florestais percebe claramente que as circunstâncias e condições mudam muito rapidamente bastando factores como calor, humidade, vento e o comportamento do próprio fogo que acaba por criar fenómenos incontroláveis.

Terá havido erro humano no combate?

Terá sido o planeamento bem efetuado em sede de crise? Terá sido precavido o combate em face dos fenómenos já conhecidos.

O que aprendemos com os fogos anteriores, uma vez que estamos perante situações climáticas cada vez mais recorrentes e incertas?

Aguardemos pelo relatório e eventuais responsabilidades.

António Freitas