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Picadas de peixe-aranha, alforrecas e insectos: como tratar

Algumas das alergias mais comuns têm origem em picadas de insectos e outros animais, principalmente nas épocas de calor. Se for alérgico, a zona afectada incha e pode permanecer assim uns dias. A DecoProteste explica como agir nestas situações.

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Algumas das alergias mais comuns têm origem em picadas de insectos e outros animais, principalmente nas épocas de calor. Ao picarem, os insectos deixam um veneno na pele. Quem for alérgico pode ver a zona afectada inchar e assim continuar durante um ou dois dias.

Os maiores problemas surgem quando o veneno entra na corrente sanguínea, provocando vómitos, diarreia e, por vezes, asma. Nestes casos, deve procurar o médico de imediato.

Em Portugal, não há referência a espécies de insectos ou outros animais com picadas perigosas. Os ataques mais frequentes são de abelhas, de vespas, de alforrecas, de peixes-aranha, entre outros.

A DecoProteste, num dos artigos recentemente publicados, explica quais os cuidados básicos que deve ter em conta para prevenir picadas de insectos ou de outros animais:

suor e odores adocicados de cremes e perfumes atraem os insectos;

não se aproxime de ninhos de vespas e de abelhas. Estes encontram-se, geralmente, no interior de troncos de árvores ocos ou entre molhos de lenha;

não enxote os insectos com gestos violentos;

no Verão, evite comer frutos ao ar livre ou consumir bebidas açucaradas;

não ande de pés descalços na relva e não se deite directamente nela;

à noite, não esteja demasiado perto de uma fonte de luz.

Para prevenir reacções, as pessoas com alergia grave ao veneno podem levar para a praia ou passeio no campo uma caneta de adrenalina. Esta só pode ser comprada com receita médica. Veja, caso a caso, como proceder numa situação de ataque de um insecto ou outro animal. E tenha sempre à mão o número do Centro de Informação Antivenenos (800 250 250), para obter ajuda imediata e esclarecimentos.

Abelhas e vespas

Algumas pessoas são alérgicas ao veneno das vespas e das abelhas. O local afectado incha e podem desenvolver-se outras reacções:

inchaço da face e dos membros;

crises de asma;

erupção cutânea;

nariz a pingar;

diarreia;

vómitos;

descida de tensão. 

Em caso de picada de abelha, retire cuidadosamente o ferrão, raspando com a unha ou com um cartão multibanco. Nunca aperte a zona, nem use uma pinça, para evitar espalhar o veneno. Lave com água e sabão. 

Perante dor e inchaço, arrefeça a zona com uma compressa fria ou gelo envolto num pano. Em caso de necessidade, tome um analgésico (paracetamol ou ibuprofeno). Se tiver alergia à picada destes animais, sentir dificuldade a respirar ou a tensão baixar, vá de imediato ao médico. 

Alforreca

Este animal gelatinoso e transparente pode ‘atacar’ de surpresa. Os seus tentáculos continuam a ser venenosos durante várias semanas, pelo que as alforrecas são perigosas, mesmo quando aparecem inertes, à beira-mar.

A picada pode ser perigosa e provoca uma dor intensa, comparável a uma descarga eléctrica. Se estiver numa praia vigiada, peça ajuda ao nadador-salvador. Se não for o caso, lave a ferida com água do mar ou soro fisiológico. Não utilize água doce, pois pode rebentar as células urticantes que restam. Evite mexer-se, para a toxina não se espalhar pelo corpo. Também não deve friccionar a ferida, limpar com álcool ou vinagre. Retire os filamentos que restam com uma pinça ou uma luva (não toque com os dedos). Para diminuir a dor, enrole gelo num pano e ponha sobre a picada. Vá às urgências se sentir dificuldades respiratórias, dores no peito ou se a zona atingida for extensa ou sensível, como o rosto ou os genitais.

Caravela-portuguesa

A caravela-portuguesa (Physalia Physalis) possui uma campânula avermelhada ou vermelha azulada e flutua à superfície do mar, empurrada pelo vento e correntes. Os seus tentáculos podem atingir até 30 metros de comprimento e é onde se encontram células urticantes que, ao toque, podem originar sintomas como urticária. Esta espécie surge com frequência ao longo da costa portuguesa, incluindo nos Açores e na Madeira, e é a mais perigosa de todas as que habitam a costa portuguesa. 

Quando tocada, podem surgir queixas como sensação de calor, ardor ou queimadura, nos primeiros 15 minutos. Podem até aparecer na pele algumas bolhas com líquido. Mais tarde, surge dor, que pode ser intensa, de instalação rápida e com sensação de formigueiro e comichão. Estas queixas são tão mais intensas quanto maior a quantidade de filamentos contactados com a pele e o tempo de duração do contacto.

Em caso de contacto com uma caravela-portuguesa, deve limpar a área afectada, sem esfregar, com água do mar e nunca com água doce. Remova possíveis vestígios utilizando uma pinça ou um cartão de plástico (por exemplo, um cartão bancário). Para alívio da dor, pode aplicar compressas quentes sobre a região afectada ou vinagre (nunca álcool). Se estiver em choque, com dificuldade em respirar ou a dor persistir, vá às urgências ou consulte um médico.

Se detectar uma caravela-portuguesa no areal ou no mar, não lhe toque e informe as pessoas que se encontram nas imediações. Localizadas nos tentáculos, as células urticantes das caravelas-portuguesas podem causar queimaduras severas, mesmo após a morte do animal. Além disso, sempre que avistar um organismo gelatinoso que se assemelhe a uma alforreca ou a uma caravela-portuguesa, deve notificar as autoridades através da app ou do correio electrónico do programa GelAvista ([email protected]), informando sobre a data e hora do avistamento, localização e fotografias (se possível com algum objecto que sirva de referência de escala).

Ouriço-do-mar

Os ouriços-do-mar, também presentes na costa portuguesa, vivem em zonas rochosas e pouco profundas.

Se pisar um ouriço-do-mar, os espinhos (que são muito frágeis) podem partir-se e penetrar na pele. Nesse caso, a primeira coisa que deve fazer é retirar os espinhos, se possível, com uma pinça. Depois, lave a zona afectada com água doce e desinfecte a ferida. Se não conseguir retirar os espinhos, use uma gaze com água e vinagre para amolece-los ou dissolve-los.

Se verificar que a ferida não está a sarar bem, vá ao médico.

Peixe-aranha

Regra geral, vive afastado das praias. No entanto, é muitas vezes encontrado à beira-mar, sobretudo no Algarve. Não é fácil detectá-lo, pois enterra-se na areia.

A picada origina dor intensa. Em casos mais graves, pode provocar náuseas, vómitos, dores de cabeça ou diarreia, entre outros. Se for atacado dentro de água, saia imediatamente. Se puder, peça ajuda ao nadador-salvador. Caso contrário, mergulhe o membro afectado em água tão quente quanto possível, durante 30 a 90 minutos, para aumentar a temperatura no local da picada e destruir o veneno. Normalmente, não é preciso abrir a ferida, pois é raro conter restos do ferrão. O espinho deverá ser removido com uma pinça. Não toque com os dedos. Limpe a ferida com água e sabão, passe por água fresca e deixe secar ao ar. Nunca cubra a zona afectada.

Urinar na picada é totalmente desaconselhado. Também não é recomendado aplicar sprays de anestesia local.

Vá ao médico se o ferrão não sair, se estiver numa articulação ou se a inflamação e a dor se agravarem. Nalguns casos, é necessário antibiótico e a vacina antitetânica, se não estiver em dia. Para reduzir as dores, tome um analgésico e desinfecte regularmente a ferida.