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Incêndios Madeira

Ventura diz que "desastre da gestão dos fogos" é "bom motivo" para Albuquerque sair

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O presidente do Chega responsabilizou hoje o Governo Regional da Madeira pelo que considerou ser um "desastre da gestão dos fogos", considerando ser "um bom motivo" para Miguel Albuquerque deixar a presidência do executivo do arquipélago.

"É uma situação preocupante e é preciso apontar responsáveis, e os responsáveis infelizmente estão no Governo Regional, que parece ter olhado para o lado mais uma vez em relação ao pedido de ajuda, em relação à prevenção e em relação aos meios", afirmou André Ventura.

Em conferência de imprensa na sede do Chega, em Lisboa, Ventura foi questionado sobre o incêndio que consome a região autónoma há quase uma semana.

"Apesar de os dados não serem ainda 100% certos, tudo indica que houve negligência da parte do Governo Regional na solicitação e na aceitação de apoios por parte da República de combate aos fogos e agora é a tragédia a que estamos a assistir", alegou.

André Ventura defendeu que deve "haver consequências políticas nesta matéria" e disse que "o Chega não deixará de exigir no parlamento regional", mas remeteu a decisão para a estrutural regional do partido, dizendo que "será uma decisão do Chega/Madeira".

Afirmando poder apenas dar a sua opinião, o presidente do Chega sustentou que "Miguel Albuquerque já há muito tempo que devia ter ido embora, e talvez o desastre da gestão dos fogos seja um bom motivo para se ir embora".

Ventura assinalou que "o Governo da Madeira está amplamente dependente dos votos do Chega". Sobre ter sido o seu partido a permitir a viabilização do programa do governo de Miguel Albuquerque, através da abstenção, respondeu: "Talvez esteja a chegar a hora de o Chega lhe dizer que tem de ir embora".

O incêndio rural na Madeira deflagrou na quarta-feira nas serras da Ribeira Brava, propagando-se no dia seguinte ao concelho de Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol, através do Paul da Serra.

Até domingo, 160 pessoas foram retiradas das suas habitações por precaução e transportadas para equipamentos públicos, mas muitos desses moradores já regressaram ou estão a regressar a casa, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos. Entretanto, na segunda-feira anunciaram a retirada de cerca de 60 pessoas na Furna.

Hoje de manhã, o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil, António Nunes, indicou à Lusa que o incêndio mantinha cinco frentes ativas em áreas de difícil acesso, em três concelhos, mas as chamas lavravam com pouca intensidade.

O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais, segundo o Governo Regional. Uma bombeira recebeu assistência hospitalar por exaustão.

Projeções do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para sete mil hectares ardidos desde o início do incêndio.