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Madeira

Chega atira-se ao "ambientalismo selvagem" e acusa-o de destruir o sector das Pescas

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Francisco Gomes, deputado madeirense do partido Chega na Assembleia da República, denuncia o que considera ser uma influência negativa do ambientalismo radical sobre a indústria pesqueira. As suas declarações surgiram após uma reunião com o director regional das Pescas, onde expressou preocupação pelo impacto das políticas ambientais na Madeira.

Segundo Francisco Gomes, a agenda ambientalista, promovida por partidos políticos e grupos activistas, tem influenciado de forma prejudicial as decisões da União Europeia, especialmente em regiões insulares como a Madeira, onde a pesca artesanal é uma prática secular. O deputado criticou a suposta “obsessão” de certos ambientalistas, que, na sua opinião, demonstram um desrespeito pela vida humana e pela subsistência das comunidades piscatórias.

A agenda ambientalista e as suas contrariedades ridículas tomaram raiz em Bruxelas e estão a corromper os processos de decisão. Estamos a falar de pessoas que abraçam as árvores, falam com os pássaros, mas defendem o aborto livre. Ou seja, gente que não tem qualquer respeito pela vida humana e que, agora, tece considerações sobre tudo, incluindo a vida de comunidades piscatórias com séculos de tradições no mar. Francisco Gomes, deputado do Chega eleito pela Madeira na Assembleia da República

Destacou o impacto negativo que as restrições às quotas pesqueiras e os obstáculos à renovação da frota de pesca têm tido sobre os pescadores madeirenses. Acusa os decisores europeus de serem influenciados por uma "agenda ambientalista perversa", que ignora as especificidades das técnicas de pesca usadas na Madeira e noutras regiões ultraperiféricas.

“A Madeira quer que lhe seja autorizada a renovação de barcos de espada entre os 18 e os 24 metros, dotando-os de higiene, armazenamento e habitabilidade. São embarcações com mais de 30 anos. Neste momento, os pescadores passam até 15 dias no mar, a dormir em gavetas, sem condições, enfrentando riscos e a União Europeia não consegue perceber que isto está mal”, explicou.

O deputado também apontou o que considera ser uma incoerência na política europeia de quotas pesqueiras, argumentando que beneficia os países que praticam uma pesca predatória, como Espanha e França, enquanto os pescadores madeirenses, que utilizam métodos sustentáveis, são penalizados.

“A Europa prefere deixar na miséria pescadores que usam técnicas ancestrais e que não prejudicam o mar, como os nossos pescadores do atum, e beneficiar os grandes armadores de países como Espanha e França, que fazem uma pesca predadora e apanham mais numa semana do que a quota inteira de certos países. Isto é uma hipocrisia!”, acusou.

Francisco Gomes concluiu pedindo o apoio dos demais partidos na Assembleia da República para as propostas do Chega, que visam proteger os interesses das regiões ultraperiféricas. Ele defende a necessidade de quotas específicas, o alargamento das actuais e a negociação de trocas de quotas com outros Estados-membros.

“O projecto de resolução que já apresentámos recomenda ao governo da República que exija quotas específicas para as regiões ultraperiféricas, que lute pelo alargamento das quotas existentes e que negoceie a troca de quotas com outros estados que possam ter mais quota em espécies que nos interessam. Mais importante do que quem apresentou o projecto é que o mesmo ande para a frente e é isso que pedimos aos demais partidos, ou seja, que apoiem a Madeira!”, concluiu.