O caos no Aeroporto Internacional da Madeira - Cristiano Ronaldo, na sequência dos voos cancelados, tem deixado os passageiros, principalmente da companhia aérea Ryanair, em desespero com a falta de resposta e de uma solução célere no reagendamento das viagens canceladas.
Ao DIÁRIO, uma passageira explica que ia viajar de regresso a Lisboa no passado domingo às 20 horas, mas pelas 11h45 foi informada, via mensagem, que o voo estava cancelado. "Dirigimo-nos ao balcão e haviam dois voos de resgate, um para o Porto e um para Lisboa, mas já estavam cheios", começou por referir Vânia Jesus, acrescentando que a solução apresentada seria um voo só para dia 29 de Agosto.
É impensável. Já fizemos as nossas férias, temos de regressar e temos de voltar à nossa rotina, à nossa casa, temos de começar a trabalhar e não há justificação para nada nem responsabilidade por parte de ninguém. Vânia Jesus, passageira
Vânia, que é madeirense mas a residir no continente, relatou que foi "adiando" a ver se a companhia aérea disponibilizava mais voos para resolver o problema, mas até ao momento não foi apresentada nova solução. "Com a quantidade de pessoas, de queixas, as filas intermináveis aqui pensei mesmo que houvesse mais voos de resgate, mas eles não cederam de maneira alguma".
Dá ainda conta que tem se deslocado todos os dias para o aeroporto na esperança de obter nova solução, explicando que a companhia aérea não tem disponibilizado alojamento nem refeições aos passageiros lesados. "Não têm dado nada. Ainda ontem uma senhora disse-me que voos atrasados ainda temos direito a refeições, voos cancelados não temos direito a nada".
"Tenho vindo para aqui todos os dias. Ontem estive aqui cinco horas na fila, desde as 17h30. Estava uma enorme fila e apenas uma pessoa ao balcão. Só fui atendida às 22h e nessa altura houve outra enchente porque houve outro cancelamento".
Isto tem sido uma tortura. Só vejo pessoas desesperadas. Vânia Jesus, passageira
A opção apresentada pela 'lowcost' a esta passageira era inviável para a mesma, por isso procurou outras companhias aéreas para conseguir regressar a casa. "Consegui na easyJet para o dia 26 de Agosto. Uma viagem para três pessoas, só para ida, 1.200 euros. Isto é impensável", conta.
Confessa que entende os cancelamentos devido às condições atmosféricas, mas o que "não faz sentido" é a companhia aérea não apresentar solução à posteriori aos passageiros. "A TAP e a easyJet soluccionaram tudo com os passageiros. A Ryanair quer que os passageiros paguem mais 300€ por uma viagem que já está paga. Isto é inaceitável".
Nas redes sociais são vários os relatos de situações semelhantes, onde se verifica o desespero. Os ânimos 'exaltaram-se', tendo sido necessário accionar elementos da Polícia de Segurança Pública para o local. "As pessoas estão revoltadas porque não há solução por parte deles. Não estão a dar alternativa", confessa a passageira.
"Isto é surreal" Vânia Jesus, passageira.
Contactada pelo DIÁRIO relativamente a esta situação, a Ryanair não respondeu directamente a nenhuma das questões colocadas, remetendo para o seguinte 'link' da página da companhia aérea.
"Os passageiros afectados serão notificados e qualquer passageiro que viaje de/para a Madeira Funchal no dia 20 de Agosto deverá consultar a sua aplicação Ryanair para obter as últimas actualizações sobre o seu voo. Lamentamos qualquer inconveniente causado aos passageiros por estas condições meteorológicas, que estão fora do controlo da Ryanair e afectam todas as companhias aéreas que operam de/para a Madeira Funchal no dia 20 de Agosto", lê-se na página da companhia aérea.
Por seu turno, a ANA Aeroportos informou a Lusa que o aeroporto já está "a operar em pleno".
Agência Lusa , 20 Agosto 2024 - 12:10