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Chefe da diplomacia da UE lamenta que haja "cada vez mais mortes em Gaza"

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Foto EPA

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, lamentou esta segunda-feira que haja "cada vez mais mortes todos os dias" na Faixa de Gaza, admitindo ainda que as perspetivas "não são boas", apesar das negociações em curso.

"Estamos a trabalhar nisso, mas infelizmente, hoje, a tragédia de Gaza e a violência continuam", declarou Josep Borrell, quando questionado em conferência de imprensa sobre as negociações para um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas no enclave palestiniano, antes de dar uma formação na Universidad Menéndez Pelayo Internacional de Santander, em Espanha, no âmbito de um curso sobre a Europa.

"Entretanto, infelizmente, há cada vez mais mortes em Gaza todos os dias. Os reféns continuam sem ser libertados, na Cisjordânia há cada vez mais atos de violência contra aldeias palestinianas, colonos descontrolados que são até condenados pelo próprio Governo israelita, bem, condenado pelo primeiro-ministro mas encorajado por ministros que não param de deitar achas para a fogueira com as suas declarações", elencou o chefe da diplomacia do bloco comunitário.

Ainda sobre o clima de violência e de tensão atualmente vivido no Médio Oriente, Josep Borrell disse estar mais preocupado por "há semanas" as duas partes beligerantes - Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas - estarem a tentar negociar o plano de paz proposto pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, sem sucesso até ao momento, evoluções que a seu ver "não são boas".

A UE apoia o plano de Joe Biden e tem vindo a insistir na necessidade de um cessar-fogo que permita canalizar a ajuda humanitária, libertar os reféns e procurar uma solução política para o conflito.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

Um dos aspetos mais focados no conflito tem sido a questão da ajuda humanitária e a proteção dos trabalhadores humanitários, que também constam entre as vítimas mortais.

Por ocasião do Dia Mundial da Ajuda Humanitária, hoje assinalado, Josep Borrell referiu, numa nota conjunta com o comissário europeu da tutela, Janez Lenarcic, que este dia "é um lembrete para todos de que a proteção dos trabalhadores humanitários não é apenas a coisa certa a fazer, mas uma obrigação legal".

Nas mesmas declarações à imprensa em Espanha, Josep Borrell abordou também a situação na Venezuela, reiterando o apelo à publicação dos registos eleitorais e alertando que, caso o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, continue a insistir que ganhou as eleições presidenciais de 28 de julho, sem qualquer verificação, Caracas "pode entrar numa grave crise".