Tal como no futebol, onde existem muitos treinadores de bancada, na questão dos incêndios não faltam especialistas e entendidos cujas teses são difundidas nas redes sociais como factos absolutos. Ora na situação dos incêndios, os imprevistos são uma constante e as decisões são tomadas de acordo com a situação que se vive no momento. O Governo da República fez o seu papel de oferecer ajuda. E bem. Num primeiro momento, a avaliação feita no terreno determinou que esse recurso ainda não se justificava, porque não estamos a falar de algo que é assim tão simples. Envolve recursos e enorme logística que poderia ser desnecessária se as condições evoluíssem de forma positiva. Na altura, refira-se nem estavam a ser usados todos os meios da Região, porque o fogo encontrava-se em local inacessível e os meios presentes seriam suficientes para a atuação. A partir do momento em que o cenário mudou e se tornou mais concreto, com as condições meteorológicas a proporcionarem o alastramento dos fogos, foram chamados não só os restantes meios regionais como requerida essa ajuda da República. Só quem está no terreno poderá avaliar a situação e os timings de ação. Tudo o resto são espetadores de bancada, muitos apenas interessados em espalhar o pânico e em arranjar trunfos políticos.

CS