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UE insiste que Rússia investigue envenenamento de Navalny com "total transparência"

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Foto EPA

A União Europeia (UE) instou hoje a Rússia a investigar "sem mais demora" e com "total transparência" a tentativa de assassinato com recurso a um agente neurotóxico do opositor russo Alexei Navalny, ocorrida há quatro anos.

Após ter sobrevivido a este envenenamento, em 20 agosto de 2020, Navalny acabaria por morrer em fevereiro passado numa cadeia no Ártico onde estava a cumprir uma pena de 19 anos.

"Juntamente com os seus parceiros, a União Europeia continuará a reiterar o seu apelo à Rússia para que investigue a tentativa de assassinato de Alexei Navalny com total transparência e sem mais demora, e para que coopere plenamente com a Organização para a Proibição de Armas Químicas, a fim de assegurar uma investigação internacional imparcial", indicou o chefe da diplomacia do bloco comunitário, Josep Borrell, numa declaração hoje divulgada por ocasião do quarto aniversário da tentativa de assassinato do opositor russo.

Em agosto de 2020, Navalny foi envenenado com Novichok, um agente neurotóxico da era soviética que é proibido pela Convenção sobre Armas Químicas, da qual a Rússia é signatário, segundo recordou Borrel.

Na declaração de hoje, o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança também denunciou a ligação entre esta tentativa e a subsequente morte do político: "Acelerou uma espiral de medidas politicamente motivadas contra ele, que levaram à sua morte prematura e ainda não totalmente investigada e esclarecida numa colónia penal de regime rigoroso em fevereiro deste ano".

"A responsabilidade final pela morte de Alexei Navalny cabe ao Presidente (russo) Vladimir Putin e às autoridades russas que o prenderam com base em acusações politicamente motivadas e conduziram uma campanha de intimidação constante e maus-tratos contra ele enquanto esteve atrás das grades", afirmou ainda Borrell.

"A trágica morte de Alexei Navalny", segundo acrescentou a declaração, "não isenta a obrigação da Federação Russa de fornecer respostas às questões colocadas no âmbito da Convenção sobre Armas Químicas".

"Não pouparemos esforços para responsabilizar os líderes políticos e as autoridades russas pelo tratamento dado a Alexei Navalny e a outros presos políticos", acrescentou Borrell.

Desde 2020, a UE impôs sanções contra pessoas e entidades apontadas como responsáveis pelo envenenamento, detenção arbitrária, acusação e condenação do opositor russo.

Além disso, o Conselho da UE (ao nível dos Estados-membros) aplicou medidas restritivas desde 22 de março passado contra 33 pessoas e duas entidades ligadas à morte de Navalny.

Após a sua morte, o Conselho da UE adotou, em maio passado, um novo quadro da UE para medidas restritivas contra os responsáveis por graves violações ou abusos dos direitos humanos, pela repressão da sociedade civil e da oposição democrática e por minar a democracia e o Estado de direito na Rússia.