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Incêndios Madeira

Ninguém volta à Fajã das Galinhas

Câmara, PSP e bombeiros vão monitorizar o local e alimentar alguns animais que ficaram para trás

Foto Hélder Santos/ASPRESS
Foto Hélder Santos/ASPRESS

Nenhum morador tem autorização para regressar a casa. Algumas culturas agrícolas ficaram destruídas, mas não terá existido danos em habitações.

Após dias e horas de angústia em várias frentes e locais, a situação acalmou no concelho Câmara de Lobos. O caso mais dramático prende-se, essencialmente, com a Fajã das Galinhas, local onde os cerca de 60 moradores não têm ainda autorização para regressar.

"Na Fajã das Galinhas ainda não regressou ninguém. Já comuniquei às pessoas que hoje ninguém entra, porque vamos fazer uma avaliação", adiantou Leonel Silva, presidente da autarquia câmara-lobense.

Moradores da Fajã das Galinhas com ordem de evacuação

Cerca de 60 moradores do sítio da Fajã das Galinhas receberam ordem de evacuação devido ao perigo iminente das chamas. Situação que seria expectável, tendo em conta que uma das frentes activas já se encontra na área da Boca dos Namorados, local muito próximo à remota localidade do Estreito de Câmara de Lobos.

Para já, as condições de segurança serão avaliadas. "Vamos enviar uma equipa - um elemento da câmara, um elemento da PSP e um elemento dos bombeiros - para fazer o reconhecimento do terreno. Ir lá à Fajã das Galinhas e ver as coisas como é que estão".

"O único ponto crítico neste momento é a Fajã das Galinhas, porque as pessoas têm os seus bens, têm os seus animais, mas estamos a tratar. Vamos lá dentro para também dar ração aos cães, para alimentar outros animais, e fazer um levantamento para perceber se está tudo bem", resumiu Leonel Silva.

Não há fogo activo, temos aqui só uma pequena coluna de fome, mas não há fogo activo neste momento. Estamos a avaliar a escarpa, que é perigosa. Cai muito material para a estrada e não há electricidade na Fajã das Galinhas. Estamos a avaliar aqui as condições de segurança, portanto, já disse às pessoas que ninguém entra hoje. Leonel Silva

O DIÁRIO tem conhecimento de relatos de verdadeiro terror na Fajã das Galinhas. Numa fase em que o sítio se encontrava sob ameaça do fogo, praticamente cercando a remota localidade, houve vários desprendimentos de material rochoso e, inclusive, diversos eucaliptos em chamas precipitaram-se pela encosta. Algumas culturas agrícolas ficaram igualmente destruídas, mas não terá existido danos em habitações.

Se numa primeira fase alguns moradores resistiram em abandonar as suas habitações, mesmo com ordem de evacuação, certo é que o local está agora deserto. Alguns dos residentes foram amparados pelo Instituto de Segurança Social da Madeira, outros escolheram ficar em casa de familiares.